Rodas, ritmo, expressão: caminhos iniciais para a prática com pessoas usuárias de cadeira de rodas

Por José Guilherme de Andrade Almeida (Autor), Soyane de Azevedo Vargas do Bomfim (Autor).

Parte de Ginástica e a pessoa com deficiência: reflexões e encaminhamentos práticos . páginas 168 - 197

Resumo

A vida demanda movimento, seja ele visível ou não. Todo movimento se realiza com ritmo, seja o ritmo do próprio indivíduo ou externo, como de uma música ou de um comando de terceiros. Esse movimento ritmado é ainda expressivo, pois sempre comunica, seja de forma intencional ou não, englobando sentidos, percepções e intencionalidades. Quando pensamos em atividades especializadas, como a ginástica e a dança que priorizam os domínios do ritmo e da expressão no movimento, logo ligamos essas atividades a padrões de excelência como as competições de Ginástica Rítmica Desportiva ou aos grandes espetáculos de dança, por exemplo. Porém, apesar de ser legítimo pensar nesses exemplos, o ritmo e a expressão estão muito mais próximos de nós, são muitos mais cotidianos e constitutivos do que é ser humano do que costumamos aceitar. Eles aparecem no caminhar na rua, no lavar dos pratos, nas batidas do coração, no gesto para indicar ao motorista do ônibus que se quer entrar no coletivo, no bater de palmas ao chamar alguém no portão de casa e em inúmeras outras ações do dia a dia que envolvem movimento e sentido, ou seja, relacionamento e comunicação.