Resumo


A falta de um ambiente específico para a prática de atividades motoras pode acarretar em atrasos no desenvolvimento infantil, dado que este se trata de um processo que pode ser influenciado por diversos fatores internos e externos. É na primeira infância que as mais importantes habilidades são adquiridas, porém, as crianças estão indo cada vez mais cedo para instituições de ensino infantil (IEI) e nelas são expostas a rotinas com poucas possibilidades de movimentos. Diante disso, o objetivo deste estudo foi analisar a rotina escolar de uma IEI e avaliar o desenvolvimento integral e o estado nutricional de seus alunos. Trata-se de um estudo realizado em uma IEI pública, com todas as crianças (17) e seus respectivos pais e responsáveis, os cinco professores e a coordenação da escola. Foram realizadas visitas in locu, reunião com pais e professores, análise de documentos referente a rotina escolar e registro em diários de campo. Para análise do desenvolvimento infantil foi utilizado o teste DENVER II e para o crescimento foram aferidas medidas antropométricas. Observou-se falta de espaço específico para prática de atividades motoras, ausência de atividades para estimular o desenvolvimento motor grosso, insatisfação de pais e professores em relação ao baixo nível de atividade motora na rotina escolar e ao grande tempo destinado a atividades inativas. Encontrou-se 52,9% das crianças com desenvolvimento integral suspeito e 5,9% com risco de sobrepeso, não foi encontrada relação estatística significante entre o desenvolvimento motor e o estado nutricional. A rotina dessa escola é semelhante a maioria das escolas infantis brasileiras e necessita de mudanças. A falta de atividades motoras dentro da IEI pode estar contribuindo para as suspeitas de atrasos do desenvolvimento global observado, sendo necessários novos estudos, com intervenção motora e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dessas crianças.
 

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