Rugby feminino em Portugal: Do que leva as mulheres a participarem às barreiras que têm de enfrentar.
Por Renata M Veiga (Autor), André Barreiros (Autor), Nuno Corte-Real (Autor), Cláudia Dias (Autor), António Manuel Fonseca (Autor).
Resumo
Atualmente, é consensual que a prática desportiva tem imensas vantagens a nível físico e psicológico. No entanto, embora a prática desportiva feminina seja cada vez mais aceite e incentivada, as mulheres deparam-se com importantes barreiras ao seu envolvimento na mesma, especialmente em modalidades como o rugby. Neste contexto, a presente investigação procurou estudar a reduzida adesão feminina ao rugby, analisando, em 120 atletas do sexo feminino (12-48 anos), os motivos que as levaram a iniciar e que as mantinham envolvidas na prática, bem como as barreiras/ aspetos negativos associados à prática. De seguida, foram analisadas as regulações motivacionais e as necessidades psicológicas básicas. As atletas preencheram um questionário individual com informação sociodemográfica e questões abertas sobre com os motivos e as barreiras/ aspetos negativos à prática de rugby, que depois foram explorados depois de forma mais aprofundada em grupos focais. Adicionalmente, completaram as versões portuguesas do Behavioral Regulation in Sport Questionnaire, e do Basic Need Satisfaction in Exercise Scale. Os resultados mostraram que quase metade das atletas começava a praticar rugby em resposta a convites dos clubes para experimentarem a modalidade, sendo a principal razão para manterem a prática o gosto/prazer e as relações interpessoais entretanto desenvolvidas. As atletas enfrentavam algumas barreiras/ aspetos negativos, os quais não pareciam, porém, colocar em causa a sua motivação autónoma e a satisfação das necessidades psicológicas básicas, especialmente nas atletas mais jovens