Resumo
O ruído ocupacional é um dos principais agentes danosos à saúde do trabalhador, configurando-se um problema de saúde pública. As academias de ginástica são um exemplo de ambiente laboral no qual se evidencia a convivência diária com elevados níveis de pressão sonora. O presente estudo transversal, realizado na microrregião de Itajubá (MG), buscou avaliar a associação entre ruído e qualidade do sono em profissionais de Educação Física que atuam nesses espaços. Foram selecionados 150 participantes, sendo aplicados dois questionários: um estruturado - IQSP - para avaliação da qualidade subjetiva do sono, e outro semiestruturado para análise das variáveis explanatórias. Foi realizada também a avaliação da exposição sonora destes trabalhadores. Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de regressão logística não-condicional progressiva passo-a-passo. Destacaram-se dois modelos considerados como ajuste adequado: o primeiro teve como significantes as variáveis: realização correta das refeições (RC = 2,58; IC 95% 1,08 – 6,02); cor da pele – não branca (RC = 0,53; IC 95% 0,25 – 1,12); nível de exposição normalizado acima ou igual a 80 dB(A) (RC = 1,90 ; IC 95% 0,87 – 4,12). O segundo teve como significantes as variáveis: realização correta das refeições (RC = 2,35; IC 95% 0,1 – 5,56); nível de exposição normalizado acima ou igual a 80 dB(A) (RC = 2,03; IC 95% 0,92 – 4,47) e a utilização de medicamentos para depressão/ansiedade (RC = 0,26; IC 95% 0,53 – 1,33). Esta pesquisa permitiu identificar as variáveis que apresentaram associação significante com as perturbações da qualidade do sono, como a exposição ao ruído, contribuindo para a adoção de medidas de prevenção do desfecho estudado.