Resumo

O presente trabalho focaliza a polêmica em torno do tratamento das rupturas musculares de 1º grau do quadríceps femural em relação ao tempo de recuperação , e a técnica fisioterápica empregada. Para isso classificaram-se as rupturas em 1º, 2º e 3º grau. Essa classificação tornou-se necessária, pois a bibliografia mostrou-se rara e encontradiça, e necessitava-se de uma classificação clara e de fácil manuseio para os que lidam com estas lesões. O esporte enfocado foi o futebol amador da cidade de Uberlândia nos anos de 1985, 1986 e 1987. Como forma de tratamento instituíram-se três grupos. No primeiro, foi aplicado calor profundo através do aparelho de ondas curtas. No segundo, calor superficial através do infra- vermelho e, no terceiro, o grupo de controle, os jogadores mantiveram-se em repouso relativo. A classificação das rupturas fizeram parte do trabalho, porque, de conformidade com a lesão, não se poderia aceitar o que a maioria dos autores recomendavam, isto é, o mesmo tratamento. A classificação das rupturas, bem como o protocolo de alta do jogador, foi validada através de "experts" da área de fisioterapia. Quando se estabelecerem os graus de ruptura muscular, levou-se em conta: o edema, a contratura muscular, a dor, a impotência funcional. Acompanhou o processo de classificação uma anamnese, seguida de avaliação postural de avaliação da marcha e testesespecíficos. Participaram dos três campeonatos 2.607 jogadores que constituíram a população. Destes apenas 60 foram classificados, sendo então divididos por ordem de chegada aleatoriamente. Todos os jogadores antes de serem enquadrados nos grupos de tratamento aplicaram gelo nas 24 horas que sucederam a lesão. Foi verificado pelo teste "t" de student se havia diferença significativa entre os grupos de tratamento. Os jogadores foram divididos nas seguintes faixas etárias: até 23 anos, de 24 a 28 anos, de 29 a 33 anos e de 34 anos ou mais a fim de verificar-se se a técnica fisioterápica apresentava diferença significativa nas faixas etárias. Determinou-se também o percentual dos jogadores acometidos de ruptura muscular de 1º grau do quadríceps femural, nas diferentes faixas etárias. Foram verificadas as freqüências, absoluta e acumulada, em relação ao tempo de exercício em que ocorreu a lesão. Desta forma obtiveram-se os seguintes resultados. A média do tempo de recuperação do calor profundo foi de 5.15 dias com erro padrão de 0,244. A média de tempo de recuperação do calor superficial foi de 8.65 dias com erro padrão de 0,254. A média do tempo de recuperação do repouso foi de 13.95 dias com um erro padrão de 0,966. Observou-se que do total da amostragem na faixa etária até 23 anos tivemos 12% de rupturas. Na faixa de 24 a 28 anos, 38% das rupturas. Na faixa etária de 29 a 33 anos, 28% de rupturas e com mais de 34 anos, 22%. Encontrando-se diferença significativa para = 0,05 entre as seguintes faixas etárias até 23 anos e as faixas de 29 a 33 anos e a faixa de 34 anos ou mais, pode-se afirmar então que a partir dos 29 anos, o tempo de recuperação é maior independente da técnica utilizada. Quanto maior a faixa etária maior é o tempo de recuperação. Quanto à freqüência acumulada e absoluta, pode-se afirmar que: cerca de 66,7% dos casos ocorreram a partir dos 55 minutos de exercício efetivo, e o espaço compreendido entre os 20 minutos do primeiro tempo e os 10 minutos do segundo tempo corresponde a apenas 6,6% dos casos, acontecendo a maior incidência das lesões até os 20 minutos e a partir dos 55 minutos.

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