Resumo

Este estudo tem como ponto de partida uma história de vida envolvendo o Voleibol como uma prática educacional, esportiva e de pesquisa acadêmica. Nesse contexto, definimos a história do Voleibol brasileiro nas últimas três décadas como objeto de estudo. Analisando as peculiaridades contidas na história dessa modalidade, que foram detectadas desde sua criação, percebemos que o Voleibol apresentou transições. Denominamos de viradas as passagens do penodo de amadorismo para o de profissionalismo e posteriormente de espetacularização do esporte. Da problematização dessas viradas decorre a hipótese de que as estruturas atuais do Voleibol, assim como de outras modalidades que percorreram os caminhos da espetacularização, não estão perspectivando exclusivamente a criação de um contingente populacional de praticantes, e sim um emergente mercado consumidor de símbolos e signos sociais circunscritos aos capitais de uma prática esportiva distintiva. Em termos de objetivos do estudo, buscamos identificar como e por que ocorreram essas transições na história da modalidade, além de explicitar as relações, conseqüências e interdependências estabelecidas nesse trajeto, que, num sentido lato, redirecionou e metamorfoseou o sentido e a lógica do consumo e da prática do Voleibol. Para tanto, pesquisamos o maior número de fontes possível para recuperar, constituir e analisar a história recente do Voleibol brasileiro. Como referencial teórico-metodológico, utilizamos os principais conceitos da teoria dos campos de Pierre Bourdieu e, complementarmente, o modelo do jogo competitivo de Norbert Elias. Na análise do material pesquisado, encontramos subsídios teóricos e empíricos que corroboraram a leitura do processo de resignificação do Voleibol, em consonância com as disposições e perspectivas da sociedade de consumo.

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