Editora UNICEF. Brasil 2014. None páginas.

Sobre

Introdução

Em todo o planeta, milhares de crianças e adolescentes participam de atividades esportivas todos os dias. Há, contudo, variantes que podemos considerar nessa atuação.

Para algumas crianças, por exemplo, essas atividades são pura recreação e divertimento. Outras podem estar participando de esportes em programas de desenvolvimento. Para alguns adolescentes, o esporte pode ser uma escolha de carreira futura, tanto como atleta de talento, como técnico ou mesmo árbitro.

Há que se considerar, ainda, que o esporte pode ser usado como veículo para desviar muitos jovens de comportamentos antissociais e criminais.

Crianças têm o direito de participar de esportes dentro de um ambiente seguro e prazeroso. Seus direitos são assegurados pela Convenção dos Direitos da Criança das Nações Unidas.

Por outro lado, por muito tempo, houve pouco questionamento sobre a percepção de que o esporte é tão somente uma força positiva para os jovens. Até o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, poucas organizações esportivas colocaram em prática sistemas e estruturas para atender os reclamos sobre o comportamento de adultos ou outros jovens do segmento. Nos últimos 15 anos, porém, vítimas de todas as formas de violência nos esportes começaram a ter suas vozes ouvidas e atendidas.

Baseado em pesquisas e diversas evidências, sabemos o suficiente que os esportes nem sempre levam em consideração os direitos das crianças como prioridade e, algumas vezes, falham por não considerar os riscos que podem apresentar, conduzindo para uma cultura organizacional que não permite discussões sobre os malefícios e abusos também contidos no ambiente esportivo (Brackenridge, Kay & Rhind, 2012).

Existem, ainda, riscos para crianças e adolescentes que são típicos desse mundo do esporte, tais como os crescentes riscos de toda forma de abuso aos jovens atletas de elite.

Destaque-se que muitos programas de desenvolvimento de esportes, oferecidos para crianças em extrema situação de vulnerabilidade - que podem ser afetados por violência e abuso no seu dia a dia. Para elas, o esporte deveria ser um paraíso de segurança. Todos deveriam garantir que a oferta de esporte para esses jovens ocorra em um ambiente seguro, nem sempre é assim.

Uma primeira versão de normas (agora denominadas salvaguardas) foi desenvolvida através de uma parceria com organizações que trabalharam juntas por ocasião da Reunião de Cúpula Além do Esporte (“Beyond Sport Summit”) realizada em Londres, em 2012. O desenvolvimento dessas normas foi aprofundado nos dois anos seguintes, por meio de uma extensiva etapa piloto. A versão final das salvaguardas foi apresentada em outra edição da “Cúpula Além do Esporte”, em outubro de 2014. Elas estabelecem os fundamentos de uma abordagem holista para garantir segurança e proteção para as crianças em todos os contextos do esporte no nível internacional.  

1 Translated into Portuguese by Antonio Carlos Bramante, Ph. D. - Visiting Professor Sport Management Laboratory - Physical Education College University of Brasília / Brazil February 18th, 2015

Acessar Arquivo