Resumo

A literatura relata que o processo de envelhecimento evidencia mudanças nos níveis antropométrico, neuromuscular, cardiovascular, pulmonar, além da diminuição da agilidade, da coordenação, do equilíbrio, da flexibilidade, da mobilidade articular e do aumento na rigidez de cartilagem, tendões e ligamentos. Essas mudanças, associadas ao baixo nível de atividade física nos idosos levam ao declínio da capacidade funcional e da autonomia física, refletindo negativamente na qualidade de vida do idoso. A nossa pesquisa teve como objetivo analisar as variáveis sociodemográficas, saúde física, antropométricas, desempenho físico dos membros inferiores e bem-estar subjetivo de idosos atendidos no Ambulatório de Geriatria/ HC/UNICAMP, identificando, caracterizando e comparando os fisicamente ativos e não-ativos. Participaram 120 idosos de ambos os sexos, sendo 47 homens e 73 mulheres, com idade média de 77,13±7,6. Trata-se de um estudo transversal integrante de um projeto temático intitulado ?Qualidade de vida em idosos: indicadores de fragilidade e de bem-estar subjetivo?. O protocolo aplicado nessa pesquisa abrange algumas questões das seções: I. Identificação Pessoal; II. Dados sociodemográficos; III. Saúde física ? doenças, medicações e todas as questões das seções: IV. Antropometria; V. Avaliação do desempenho físico de membros inferiores e superiores; VII. Atividade Física e XIV. Bem-estar subjetivo. Os resultados nos mostraram que em relação aos dados sociodemográficos da amostra foram: 46,72% dos idosos eram viúvos; 66,39%, alfabetizados, 90,16%, aposentados. Com relação às características de saúde física, o número de doenças variou de 1 a 12 com média de 5,70±2,43. O número de medicamentos em uso variou de 1 a 14 medicamentos com média de 5,38±2,28. Da amostra total, 26,45% eram ativos fisicamente, sendo que dentre esses 53,13% realizavam mais que 4 sessões/semanais de exercícios físicos ; 67,74% realizavam por indicação médica ; 46,88% relataram como ?boa? a percepção entre a qualidade de vida e a prática de atividade física. Valores superiores com diferença estatisticamente significante também foram encontrados entre os idosos que realizavam atividades físicas regularmente para as seguintes variáveis categóricas: bem-estar com capacidade para resolver coisas (mais satisfeitos entre os ativos); bem-estar com capacidade para o trabalho (mais satisfeitos entre os ativos). Diferenças com significância estatística foram encontradas nas variáveis: marcha, força de membros inferiores e total do SPPB, em que os maiores escores estavam entre os ativos. Dessa forma, concluímos que a atividade física regular pode diminuir a velocidade de declínio do desempenho físico, em relação à mobilidade, independentemente da idade cronológica. A manutenção de um nível funcional de independência pode melhorar a saúde e a qualidade de vida no envelhecimento.

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