“Se lutar é violência, por que a igreja do bairro ensina o jiu-jítsu?”
Por Luiz Alberto dos Santos (Autor).
Parte de Escrevivências da Educação Física Cultural - Vol. 1 . páginas 148 - 161
Resumo
O presente trabalho foi realizado no primeiro semestre de 2019, com duas turmas de segundo ano do Ensino Fundamental I, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimundo Correia, localizada no distrito do Jardim Helena, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. No inicio do ano letivo1 dialogamos com as turmas acerca do que haviam estudado nas aulas de Educação Física do primeiro ano. As respostas giraram em torno de diferentes brincadeiras e danças. Para dar continuidade às nossas conversas, na aula seguinte levei imagens de práticas corporais presentes no entorno da nossa escola, a fim de identificar com quais as crianças tinham contato, ou não. Ao observarmos as imagens das lutas, a turma foi logo questionando por que havia imagens que “mostravam violência”. De pronto, Alice disse que lutar não era violência, pois ela já havia praticado jiu-jítsu em uma igreja próxima à escola. Ao término da fala da Alice, fiz uma pergunta à turma: “se lutar é violência, por que uma igreja ensina jiu-jítsu?”. Algumas crianças arriscaram que seria para ajudar as pessoas a se defender, mas a maioria não sabia o que dizer, e duvidavam que a Alice estivesse falando a verdade, já que para elas, igreja não seria lugar para ensinar a lutar. Importante salientar que todas as aulas eram registradas em meu caderno de campo para dar prosseguimento às ações.