Sedentárias e Coquettes à Margem: Corpos e Feminilidades Desviantes na Obra de Renato Kehl
Por André Luiz dos Santos Silva (Autor), Silvana Vilodre Goellner (Autor).
Resumo
Este texto fala sobre mulheres marginalizadas por dizeres normativos e disciplinares proferidos por Renato Kehl, um dos mais importantes eugenistas brasileiros. Em meio a sua obra, recortamos o período entre 1917 e 1929, para investigarmos como gesta, juntamente com a educação física, a imagem de corpos e feminilidades desviantes. Referidas como “sedentárias” e coquettes, Kehl utiliza seus corpos atribuindo-lhes noções de impureza, indolência e feiúra. Em contrapartida às artimanhas das coquette, e à preguiça da sedentária a mulher eugênica deve cultivar a beleza honesta por meio dos exercícios ginásticos – sua beleza deve ser “natural” e higiênica. Saúde, honestidade, robustez e formosura são predicados que se tornaram centrais com a marginalização de feminilidades desviantes.