Resumo

O presente estudo é fruto de pesquisa em fase inicial que visa investigar os aspectos de segurança e risco que envolvem a vivência do lazer privado da juventude a partir de fatos concretos expostos pela mídia impressa. Para tal entendemos como necessário identificar a configuração atual do lazer da juventude no contexto urbano; identificar os principais elementos que envolvem o lazer da juventude no que tange à segurança e riscos e realizar o levantamento e análise na mídia impressa sobre os temas supracitados. Diante das alusões que caracterizam o lazer urbano e a juventude como próprios da dinâmica capitalista, acenamos para a necessidade de reflexão e de produção de conhecimento acerca do mesmo, principalmente se considerarmos a pouca ocorrência de pesquisas do tema. Tendo em vista que o lazer vem sofrendo constantes modificações em consonância com a sociedade capitalista, percebemos o crescimento de estabelecimentos privados no meio urbano voltados ao lazer noturno, que se apropriam de espaços existentes ou de arquiteturas modernas, capazes de agrupar um grande número de pessoas com a promessa de divertimento. Tais determinismos sociais e a busca pelo êxtase do lazer fazem com que os jovens, enquanto categoria social, acabem por aderir a tal prática de lazer, e não atentem para as normas de segurança relacionadas à infraestrutura do espaço o qual frequentam. Para realização dessa pesquisa, percorreremos o caminho a partir do Materialismo Histórico Dialético, compreendido como um meio de interpretação da realidade. Lançaremos mão de pesquisa documental a partir da mídia impressa Zero Hora e A Razão , ambos com veiculação no Rio Grande do Sul. A adoção da mídia impressa jornal se dá pela periodicidade, diversidade, amplitude e por tratar de eventos noticiados. Estabelecemos como critério de seleção o Zero Hora pela abrangência estadual e A Razão
por ser local (Santa Maria) e ter visões diferenciadas sobre os acontecimentos se comparado ao anterior. Para análise dos dados advindos do discurso midiático, lançaremos mão de análise de conteúdo à luz de Franco (2005), entendendo a mensagem como ponto de partida, de modo que ela produza um sentido e um significado vinculados ao contexto de seus produtores. Partimos do pressuposto de que o lazer está integrado ao sistema econômico que têm como pilar de sustentação a produção e o consumo de mercadorias, transformando em grande medida o tempo e o espaço de lazer no usufruto de mercadorias, tornando assim um forte mecanismo que media e molda as práticas de lazer juvenis.
 

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