Resumo

O Movimento Escoteiro surgiu na Inglaterra no início do século XX, sendo divulgado posteriormente por todo o mundo. Os ideais presentes no Escotismo foram os responsáveis por criar uma cultura normatizadora, por meio de seus preceitos físicos e sociais. Nota-se que há uma produção cultural relacionada ao Movimento Escoteiro, voltada às crianças, em forma de desenhos animados, histórias em quadrinhos e contos infantis, com o objetivo de ensiná-las e educá-las não formalmente, fornecendo elementos e referências sobre o Movimento Escoteiro. Alguns autores identificam essa produção cultural como um meio utilitário de preparar a criança para uma sociedade adulta do mercado e do trabalho. Com isso, partimos de um aporte teórico para dar subsídio para a discussão do Movimento Escoteiro como uma construção cultural e analisamos as produções acadêmicas relacionadas ao Escotismo nos últimos cinco anos. Para isso, estabelecemos três objetivos: 1) entender como se dá a construção cultural do jogo escoteiro, das relações com as técnicas do corpo e a educação das crianças; 2) analisar documentos e imagens e como se relacionam com o Movimento Escoteiro e 3) analisar a produção acadêmica relacionada ao Movimento Escoteiro nos últimos cinco anos (2008 a 2012). O presente trabalho configura-se como uma pesquisa de naturezas quantitativa e qualitativa. O referencial teórico é baseado em autores socioculturais. Quanto ao tipo, caracteriza-se como pesquisa bibliográfica e documental. Foram analisados seis trabalhos, sendo uma tese de doutorado e quatro dissertações de mestrado. Também se caracteriza como documental, a partir da análise de fontes e imagens relacionadas ao Movimento Escoteiro. Como resultado, consideramos que a construção do jogo escoteiro se dá a partir de concepções do próprio Movimento, designados a partir do jogo, da criança, dos símbolos, da tradição, dos ritos e técnicas e que a transmissão do conhecimento e a educação de crianças acontece por intermédio desses elementos. Consideramos também que todos os elementos de imagens e ilustrações se reproduzem em símbolos escoteiros e de controle. Por fim, verificamos nos bancos de dados de produção científica que, basicamente, as produções dissertam sobre comportamento de escoteiros ao ar livre, a respeito da questão política e das influências pedagógicas educacionais presentes no Escotismo. Concluímos que, para alguns autores, a forma de educação não formal analisada dá a ideia de que os elementos culturais verificados afirmam o conceito preparatório e utilitário da criança na sociedade.

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