Resumo

Atualmente a discussão sobre a formação de professores tem enfocado o papel da subjetividade, influenciando seus saberes e práticas pedagógicas. O professor não aprende sua profissão apenas nos cursos específicos de formação, mas, principalmente, nas relações que estabelece em todas as situações de aprendizagem. |Portanto, o saber profissão está na confluência de vários saberes provenientes da sociedade, da instituição escolar, e dos outros atores educacionais. Dentre os autores que estão enfatizando a questão da subjetividade na formação docente, destacamos Nóvoa (1992, 1995), Schön (1995), Tardif (2000), Fonseca (1997), Cunha (2000). A ênfase dada para a formação de professores vincula-se ao princípio de que todo e qualquer projeto educacional só será reconhecido se ao professor for dado um novo papel, pois, pois ele é o principal mediador entre o conhecimento, a criança e a transformação social e política de uma nação. Ao trazer a dimensão da subjetividade para a educação ,podemos ver que ainda não temos dado muita relevância à temática da corporalidade. Foi pensando nessas discussões e na importância do papel do professor na formação da criança que nasceu o desejo de estar trabalhando com os professores sob a ótica da corporalidade. Para o desenvolvimento deste trabalho nos referendamos nos estudos de Wilhelm Reich acerca da influência corporal em nosso modo de ser e de agir em nosso cotidiano. Muitos autores pós-Reich têm desenvolvido pesquisas neste sentido como Lowen (1982); Kurtz e Prestera (1984); Boadela(1985), entre outros. Com essa visão reichiana do corpo, a pesquisa ora apresentada investiga a consciência corporal do professor e sua influência na prática pedagógica, acreditando que o estudo possa contribuir para melhorar a relação professor-aluno e, principalmente, a visão do professor a respeito de si próprio e de seu papel fundamental na formação das crianças. O objetivo da presente pesquisa, então, foi verificar se os trabalhos corporais podem influenciar ou não o professor em seus saberes e suas práticas pedagógicas. De acordo com esse objetivo, trabalhamos com um grupo de professoras da rede pública municipal, durante sete meses, em encontros semanais de oitenta minutos, onde propúnhamos vivências corporais a serem realizadas pelas professoras. Nossa pesquisa demonstrou que as atividades corporais desenvolvidas com o grupo participante foram fundamentais para a mudança de olhar e de atitudes das professoras frente ao dia-a-dia escolar.

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