Resumo

O estudo propôs verificar a qualidade de vida no trabalho de pessoas com deficiência considerando barreiras atitudinais, arquitetônicas e acesso ao trabalho. Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa, realizado no período de maio a novembro de 2015, nos quais os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada com dez pessoas com deficiência, sendo cinco pessoas com deficiência visual, quatro com deficiência física e uma com deficiência auditiva, em instituição educacional na cidade de Campinas-SP. Para o tratamento das informações coletadas optou-se pela organização dos dados de acordo com a análise de conteúdo, na modalidade temática conforme recomendado por Bardin, que deram origem a quatro categorias: acessibilidade por meio da Lei de Cotas; barreiras atitudinais; barreiras arquitetônicas e adaptação no ambiente laboral e percepção de qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho. Os resultados evidenciaram que a legislação oferece excelente oportunidade de acesso ao mercado de trabalho, todavia, é compreendida pelas pessoas com deficiência como impositiva. Observou-se barreiras atitudinais por parte dos indivíduos do ambiente externo e, no primeiro contato com a pessoa com deficiência no ambiente de trabalho, após a convivência, rompe-se a barreira. Em relação as barreiras arquitetônicas apenas um depoente imputou obstáculos e os demais referiram que as adaptações estavam adequadas para sua deficiência. Os entrevistados narraram qualidade de vida como sensação de bem-estar e que realizavam diversas atividades para melhorar a qualidade de vida, mas o mesmo não ocorria com a atividade física. Relataram ainda que havia qualidade de vida no trabalho na empresa e que a mesma está relacionada a harmonia com gestores e colegas. Constatou-se a incipiência de estudos qualitativos sobre qualidade de vida no trabalho de pessoas com deficiência e que há um longo caminho a percorrer para que as pessoas com deficiência adquiram o merecido espaço no mercado de trabalho. 

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