Ser é Ser Percebido: Uma Radiografia da Imagem Corporal das Atletas de Handebol de Alto Nível no Brasil
Por Jorge Dorfman Knijnik (Autor), Antonio Carlos Simões (Autor).
Em Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (até 2003 Revista Paulista de Educação Física) v. 14, n 2, 2000. Da página 196 a 213
Resumo
Este estudo teve como objetivo pesquisar, no âmbito das equipes femininas de handebol de alto nível do Brasil, a imagem corporal de suas atletas. Apesar da presença da mulher no meio esportivo nunca ter sido tão grande como na atualidade, vários preconceitos ainda incomodam as atletas de alto rendimento, notadamente aqueles vinculados às imagens e formas de seus corpos. Utilizando-se um referencial teórico fenomenológico, procura-se aqui compreender o corpo de uma perspectiva não - dualista. O instrumento utilizado na pesquisa foi o “inventário para avaliação da imagem corporal das atletas de handebol de alto nível no Brasil”, o qual, a partir de 65 frases, compara a imagem corporal real da atleta com aquela idealizada por esta. Participaram do estudo 156 atletas de handebol de alto nível, com idades entre 14 e 33 anos (média de 20,26 anos). Como resultados, encontraram-se diferenças estatisticamente significantes entre a imagem corporal real e a ideal em 35 (≅ 54%) das proposições do questionário, em diversas dimensões da imagem corporal. Este estudo corrobora pesquisas feitas internacionalmente, as quais mostram que as mulheres, para se manter no esporte de alto nível, precisam perpetuar características estereotipadas como femininas, mesmo que estas se choquem com as necessidades corporais de sua modalidade.