Resumo

Tem-se como objetivo nesta reflexão analisar as possibilidades da realização da Sociologia do Esporte. Considera-se que a Sociologia do Esporte como área do conhecimento se encontra descaracterizada, pois seu próprio objeto está em estado de precarização, chegando ao ponto de ser inexistente em algumas áreas esportivas. Nos países em que ocorre alguma modalidade sistemática de práticas corporais esportivas, estas se encontram reduzidas a pequenos grupos e, portanto, restritas àqueles que as praticam, caracterizando-se como verdadeiros guetos e destituídas de qualquer tipo de relação com aqueles que poderiam teorizá-las. Em grande parte, a educação do corpo esportivizada não é objeto de estudo e acaba apenas sendo utilizada em propaganda de mercadorias ou políticas e, até mesmo, em pequenos projetos de programas de ensino escolares. Neste caso, o ponto de estudo deste trabalho será o de compreender os motivos que fazem das práticas corporais esportivas, em tempos atuais, imprescindíveis na consolidação da educação de corpo bifurcada na ambivalência de um duplo significado, qual seja: de um lado, desvalorizada como prática e teoria e, de outro, hipervalorizada como mercadoria que atende uma determinada demanda de esportivação de educação do corpo. O método utilizado insere-se numa hermenêutica da leitura de autores que subsidiam a análise sobre a questão da sociologia do esporte na modernidade. O resultado e a conclusão básica desta reflexão indicam a necessidade de fundamentar a sociologia do esporte e da educação do corpo e, portanto, compreender os reais motivos por que os diversos pesquisadores encontram dificuldades em realizá-la no campo da cultura corporal. Pensar os limites dessas condições teóricas e práticas é apontar para as possibilidades de realização da sociologia do esporte. No entanto, analisar o movimento contrário nas impropriedades da realização da Sociologia do Esporte pode se apresentar como objeto de investigação rico em determinantes e, portanto, esse estudo pode apontar para o impossível na Sociologia do Esporte no duplo sentido, qual seja: de um lado, a resistência na sua realização e, de outro, a riqueza de estudo que a sua não ocorrência pode proporcionar a diversos intelectuais interessados em compreender o gueto em que o esporte se encontra na atualidade, no qual tudo é produzido para atender a demanda do mercado.

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