Resumo
O presente estudo objetivou avaliar a influência da lesão medular na Prática, Orientação, Satisfação e Resposta sexuais de homens e mulheres (Estudo 1) e também avaliar o nível de conhecimento, atitude, aproximação e conforto de profissionais da saúde sobre a reabilitação sexual na lesão medular (Estudo 2). No estudo 1 participaram 144 sujeitos (110 homens e 34 mulheres) com lesão medular traumática. Já no estudo 2, participaram 132 sujeitos (34 homens e 98 mulheres), sendo que destes, 33 fisioterapeutas, 36 psicólogos, 32 médicos e 31 enfermeiros. Foram utilizados dois intrumentos: o Questionário de Sexualidade Humana na Lesão Medular (QSH-LM) para o estudo 1, e a Escala de Sexualidade para Conhecimento, Conforto, Aproximação e Atitudes (KCAASS) para o estudo 2. Para cumprir os objetivos propostos nos dois estudos, utilizou-se os seguintes testes estatísticos: Teste t para amostras independentes; Teste U de Mann-Whitney; Teste de correlação de Spearman e Teste Kruskal-Wallis. Em nossos achados houve diminuição da satisfação sexual em homens e mulheres após a lesão medular, porém nos homens, essa diminuição foi significativa estatisticamente. O desejo sexual dos homens foi afetado negativamente, pois entre eles houve diminuição após a lesão. Já entre as mulheres houve incremento do desejo. A lubrificação vaginal, o tempo de lubrificação, a ereção peniana, o tempo de ereção e a ejaculação também diminuíram após a lesão. Vimos que nos homens o orgasmo, a intensidade do orgasmo e ainda a excitação sexual diminuíram significativamente após a lesão. O exercício físico não gerou diferença nas variáveis da sexualidade. O aconselhamento sexual em nível adequado atingiu poucas pessoas. Por fim, vimos que os profissionais da saúde, embora lidem freqüentemente com questões da sexualidade, não estão preparados devidamente para isso. Não importa se em relação ao conforto, à abordagem, ao conhecimento ou ainda à atitude, precisam de incremento.