Resumo

O presente trabalho possui como problema central as significações dos(as) egressos(as) de licenciatura na formação inicial em Educação Física acerca do seu currículo formador, sob a ótica do quadro teórico dos Estudos Culturais na sua versão pós estruturalista. Inicialmente, faz-se uma contextualização do ensino superior em Educação Física demonstrando o seu crescimento, assim como a expansão desse nível educacional no Brasil – com destaque para o ensino superior privado. A linguagem ganha destaque central e é a partir dela que se explora o conceito de cultura e o de significações. A metodologia se baseou em dois momentos principais: a análise documental e as entrevistas semiestruturadas com quatro egressos(as) de duas instituições privadas do interior de São Paulo. A análise documental, utiliza como subsídio o Projeto Político Pedagógico de cada instituição em que os(as) egressos(as) estudados se formaram, assim como a análise das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Educação Física, que institui diretivas aos cursos de formação desta modalidade. Ressalta-se sua importância na geração de dados para análise, assim como para o apoio na construção do roteiro das entrevistas semiestruturadas, para as quais foram selecionados egressos(as) que atuam no campo da licenciatura em Educação Física e, com base nas suas falas, analisadas significações específicas acerca do seu currículo formador. Em relação as análises documentais realizadas, discute-se primeiramente a formação e identificação dos(as) autores(as); a preocupação acentuada com a questão prática do curso; a falta de especificidade na definição do campo e as suas expectativas em relação à aptidão dos(as) egressos(as) para atuarem na educação. Já com as análises das entrevistas semiestruturadas, os significados compartilhados pelos(as) egressos(as) revelam que a licenciatura, em relação ao bacharel, aloca-se sempre em um espaço de menor destaque; o que possui estreita ligação com a lógica de mercado propagada pela organização curricular - os apelos são sempre pelo constante movimento (dos(as) alunos(as) e egressos(as) ou do próprio currículo), para a defasagem e incompletude da formação inicial “desde sempre” e para o individualismo (para o mérito ou para o fracasso); culminando no que convencionou-se chamar de continuum salvacionista. Conclui-se apontando as lacunas da formação inicial, a preponderância da lógica de mercado e a debilidade dos temas referentes à licenciatura. 

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