Resumo

este trabalho, pretendemos destacar como as emoções são narradas e representadas em dois contextos etnográficos distintos. No primeiro contexto etnográfico se procurou observar um currículo de masculinidade nos estádios de futebol em Porto Alegre, Brasil. Nosso segundo contexto é uma investigação acerca dos processos de ‘modernização’ da gestão esportiva em um clube de futebol, em Buenos Aires, na Argentina. Nos propomos a interpretar de que modo emoções e sentimentos são entendidos para a construção de masculinidades ou para as narrativas comercias do ‘produto futebol’. Se, em alguma medida, o amor e as emoções permitiriam questionar os ditos hegemônicos da cultura ao tensionar as permissividades de performatividades de gênero ou de uma lógica cartesiana de causa e efeito ou da necessidade produtiva, elas também podem enquadrar os sujeitos repetindo disputas de gênero e de consumo. Essa experiência afetiva não é nem uma contestação absoluta às normas vigentes nem uma aceitação total das mesmas. Ela seria mais bem entendida como um campo de possibilidades de vivências, de pertencimento e construção de subjetividade. Talvez os afetos estejam em disputa e nos parece que lutar por essa causa seja bastante justo. 

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