Sirt1, catalase e tbars em atletas master e não atletas de meia idade
Por Rita Cristine Barboza Patrício (Autor), Patrício Lopes de Araújo Leite (Autor), Larissa Alves Maciel (Autor), Samuel da Silva Aguiar (Autor), Caio Victor Sousa (Autor), Rodrigo Vanerson Passos Neves (Autor), Thiago dos Santos Rosa (Autor), Sara Duarte Gutierrez (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O envelhecimento biológico está associado a um declínio das funções celulares, o qual tem como uma das causas o estresse oxidativo. A relação entre as concentrações de marcadores de estresse oxidativo, como o ácido tiobarbitúrico (TBARS), e a enzima antioxidante catalase (CAT), pode ser indicador de um possível envelhecimento acelerado. Sabe-se que a Sirtuína 1 (Sirt1), uma importante desacetilase reguladora do metabolismo, pode se apresentar em concentrações aumentadas para indivíduos treinados, e tem sido associada à preservação de diversas funções celulares e longevidade. Assim, investigações acerca das possíveis associações entre Sirt1 e marcadores de balanço redox como a CAT e TBARS, podem contribuir para uma melhor compreensão sobre o processo de envelhecimento associado à prática de exercícios físicos ao longo da vida. OBJETIVO: Comparar e verificar possíveis associações entre os níveis de Sirt1 circulante, CAT, TBARS e relação CAT/TBARS de atletas máster corredores de meia-idade e não atletas da mesma idade. MÉTODOS: Atletas máster (n = 62; 50,31 ±7,23 anos) e não atletas com idade similar (n = 23; 46,35, ±5,63 anos) foram avaliados em repouso, por meio de coleta de sangue venoso pela manhã, em jejum, para determinação das concentrações de Sirt1 e catalase, por meio de kits comerciais, e o ácido tiobarbitúrico, por meio do protocolo adaptado de Ohkawa et al (1979). A normalidade dos dados foi testada utilizando-se do teste de Shapiro-Wilk, posteriormente as comparações entre os grupos foram realizadas a partir do teste t e as correlações pelo coeficiente de correlação de Pearson, sendo adotado um nível de significância p ≤ 0,05. RESULTADOS: Atletas máster apresentaram maior Sirt1 (17,99 ± 4,35ng/mL vs. 6,36 ± 2,29 ng/mL; p < 0,0001), catalase (773,45 ± 217,44 ng/mL vs. 448,35 ± 95,91 ng/dL; p < 0,0001), e razão CAT/TBARS (88,52 ± 30,83 vs. 40,16 ± 12,33; p < 0,0001), além de menor TBARS (8,92 ± 1,93 vs. 11,73 ± 2,11; p < 0,0001) em relação aos não atletas da mesma idade. Sirt1 correlacionou-se positivamente com a Catalase (r = 0,485; p < 0,0001) e com a razão CAT/TBARS (r = 0,493; p < 0,0001), e apresentou correlação negativa com o TBARS (r = -0,518; p < 0,0001). CONCLUSÃO: Atletas máster apresentam maiores níveis de Sirt1 que não atletas, enzima esta positivamente correlacionada a maiores níveis de catalase e razão CAT/TBARS, e a um menor estresse oxidativo indicado pelos níveis de TBARS. Esses achados demonstram que o treinamento ao longo da vida, como o de atletas máster corredores, está relacionado a um melhor estado antioxidante e uma possível atenuação do envelhecimento celular.