Sistema de Gestão Aplicado Ao Ambiente do Atleta
Por Silvestre Cirilo (Autor), Leonardo José Mataruna dos Santos (Autor), Lamartine Pereira da Costa (Autor).
Em Podium Sport, Leisure And Tourism Review v. 4, n 2, 2015. Da página 1 a 16
Resumo
Com a escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, iniciou-se a discussão sobre o desempenho do país, principalmente após o lançamento do Plano Brasil Medalhas em setembro de 2012. Entretanto, após a divulgação das metas para 2016 (top 5 no Paralímpico e Top 10 no Olímpico) não observou-se avanços na gestão das entidades administrativas no que concerne às ferramentas de gestão aplicáveis ao ambiente micro, um daqueles que são responsáveis pelo sucesso esportivo de uma nação. A alocação dos recursos escassos deve ser feita de forma eficaz, sendo aportada de acordo com as deficiências percebidas no cotidiano do atleta, voltando-se para a busca por melhores resultados e, diminuindo o gap percebido nesse nível de atuação. Posto isso, o estudo apresenta como objetivo, a partir do contexto do ambiente do atleta, levantar as variáveis aplicáveis ao sucesso individual do atleta. O estudo terá abordagem qualitativa e terá aplicação no campo operacional do esporte, sendo conduzida através de pesquisa bibliográfica. A pesquisa tem origem nos pilares do SPLISS e nos estudos selecionados que, com a análise de conteúdo, técnica capaz de categorizar e permitir inferências sobre o conteúdo descrito tornou possível o diagnóstico de nove categorias com as respectivas variáveis. Dentre as categorias adotadas, observou-se uma matriz com categorias direta e indiretamente ligadas ao ambiente do atleta, assim como, ações desenvolvidas ao nível macro e ao nível micro. Concluiu-se que o atleta, stakeholder responsável pelo nível operacional e aquele envolvido diretamente com a obtenção dos resultados, deve ter o acompanhamento e o controle como rotina nos seus treinamentos, sendo possível, assim, a possível correção do rumo do trabalho.
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