Resumo

Poluentes ambientais podem aumentar o risco de doenças crônicas e acelerar o envelhecimento. O exercício físico pode ser uma estratégia de saúde para diminuir os metais tóxicos. De fato, a variabilidade genética pode influenciar tanto a resposta ao exercício quanto a desintoxicação. Até o momento não há estudos apresentando se diferentes SNPs apresentam respostas diferentes na desintoxicação sérica quando associado ao exercício físico. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo avaliar se um painel clínico contendo 12 SNPs poderiam predizer o desempenho no exercício físico e a desintoxicação de metais pesados em mulheres com idade entre 50 e 70 anos após 14 semanas de exercício físico. MÉTODOS: Um total de 171 mulheres (60,7 ± 5,4 anos), fisicamente inativas, foram avaliadas quanto à concentração sérica de metais pesados e avaliação motora. As amostras de DNA foram genotipadas usando o Illumina Infinium Global Screening Array versão 2.0 (GSA V2.0). Adotamos o treinamento combinado (exercícios aeróbicos e de força) que foi realizado três vezes na semana, totalizando 180 minutos semanais durante 14 semanas. RESULTADOS: Após 14 semanas de treinamento combinado, houve diminuição de mercúrio (p=0,014), alumínio (p=0,001), cádmio (p<0,001) e chumbo (p<0,001). Dos 12 SNPs avaliados, o rs699 (AGT) foi o que apresentou maior relevância neste estudo. Os indivíduos com o genótipo AA tiveram melhor desempenho no teste de caminhada de 6 minutos (p=0,033), sentar-levantar (p=0,001) e diminuição do cadmio sérico melhor que o grupo AG+GG. CONCLUSÕES: Este estudo mostrou que o exercício físico pode ser eficaz na diminuição de metais pesados no soro e a variabilidade genética para o SNP rs699 (AGT) foi capaz de apresentar melhores respostas ao protocolo de exercício e desintoxicação de cadmio. Este é o primeiro estudo a relatar que mulheres mais velhas, com genótipo AA para o SNP rs699 (AGT) podem ter mais benefícios do exercício físico para diminuir níveis séricos de cádmio.