Resumo
Quando comecei a estudar a trajetória dos atletas olímpicos brasileiros tive como referência os medalhistas. Isso porque vários deles despontavam espontaneamente no discurso da nova geração como inspiração na busca da identidade do ser atleta. Pouco a pouco percebi que dentre os medalhistas havia aqueles que não consideravam as suas medalhas como um símbolo de mérito. Logicamente isso acontecia com quem havia conquistado uma medalha de prata ou de bronze. O ouro é incontestável! Afinal, é sobre quem ocupa esse lugar que se dirigem as luzes concretas e simbólicas da vitória.
E aqui chegamos a uma encruzilhada que não está relacionada apenas ao esporte, mas a todas as atividades que envolvem competição. Houve atletas que ressignificassem o metal das medalhas de segundo e terceiro lugares conferindo-lhes 24 quilates, mesmo sem ser ouro. Isso porque o processo de conquista dessa posição tinha um significado pessoal que não acompanhava a narrativa social sobre a derrota.