Resumo

O estudo realiza uma análise de uma organização denominada clube de mães. A partir de um estudo de caso, na comunidade São Caetano, município de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina/Brasil, nosso objetivo foi compreender o papel que o clube de mães ocupa nas práticas de sociabilidade e nas formas de organização de mulheres camponesas. O clube de mães transpõe as dicotomias dos espaços sociais, abrindo a possibilidade de ação das mulheres no espaço público, já que elas passam a frequentar outras comunidades, e deslocam-se a outros municípios, para os quais viajam coletivamente. Ao observar o significado do clube de mães, compreende-se o aumento do reconhecimento e da visibilidade das mulheres camponesas, além da constituição de afeto entre elas.

Referências

ANDRADE, R. J.; BOTELHO, M. I. V.; FIÚZA, A. L.; PEREIRA, E. T. Relações sociais de gênero no meio rural brasileiro: a mulher camponesa e o lazer no início do século XXI no Brasil. Revista brasileira de Educação Física e Esporte, v. 23, n.1, p. 39-49, 2009.

ANJOS, G. Liderança de mulheres em pastorais e comunidades católicas e suas retribuições. Cadernos Pagu. n. 31, p. 509-534, 2008.

AZEVEDO, J.; BARLETTA, J. O Cedem e os documentos dos clubes de mães da região Sul (SP). Cadernos Cedem. São Paulo: Ed. Unesp, v. 2, p.133-146, 2011.

BRAMANTE, A. C. Lazer: concepções e significados. Licere, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p.9-17, 1998.

BRUMER, A. Gênero e agricultura: a situação da mulher na agricultura do Rio Grande do Sul. Estudos Feministas. v. 12, n. 1, p. 205-227, 2004.

FASSINI, E.; MACHADO, N. G.; SCHULTZ, G. Identidade e pertencimento: a dinâmica social de um grupo de mulheres no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. Cadernos Pagu, n. 41, p. 405-433, 2013.

JOAQUIM, M. S. Militantes de clube de mães. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 2013. 244 p.

LUNA, L. G. Los movimientos de mujeres an América Latina o hacia una nueva interpretación de la participatión política. Boletín Americanista. v. 35, p. 249–56, 1995.

MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva. Lisboa: Edições 70, 1988. 209 p.

SANTIAGO, I. M. F. L.; OLIVEIRA, M. T.; ANDRADE, H. C. Movimento comunitário dos clubes-de-mães em Campina Grande: recorte de gênero e democracia. Revista Ártemis. v. 10, p. 34-44, 2009.

SCHWENGBER, M. S. V.; PINHEIRO, N. L. G. M. A tríade de lazer de mulheres camponesas no meio rural de Jóia (RS): atividades religiosas, rede de vizinhança e festas comunitárias. Gênero. v.15, n.1, p.69-80, 2014.

SCOTT, J. C.. Exploração normal, resistência normal. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília , n. 5, p. 217-243, 2011.

SENNA, P. A.; FONSECA, R. M. G. S. Clube de mães: espaço para intervenção em saúde da mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP. v. 29, n. l, p.34-46 1995.

SHIVA, V. O empobrecimento do ambiente: as mulheres e as crianças para o fim. In: MIES, M. SHIVA, V. Ecofeminismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1993, p. 95-119.

STRATHERN, M. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp, 2006. 536 p.

VIEIRA, S. B. O “abre alas” do movimento de mulheres no Rio Grande do Sul. Revista de Ciências Humanas. v.6, n.7, p.141-158, 2005.

WEDIG, J. C.; MENASCHE, R. Dádiva e reciprocidade: rituais religiosos e festivos na vida camponesa. In: CONGRESSO ARGENTINO Y LATINOAMERICANO DE ANTROPOLOGIA RURAL, Anais... Mar del Plata, Argentina, 2009.

Acessar