Sociogênese da Tolerância do Esporte Moderno Ao Racismo
Por Neilton Ferreira Junior (Autor).
Parte de Racismo e Esporte no Brasil: Um Panorama Crítico e Propositivo . páginas 29
Resumo
Introdução
O presente capítulo compreende o prolongamento de um estudo sistemático sobre as raízes do racismo no esporte moderno, cujas considerações preliminares foram publicadas em artigo intitulado “Colonisation Sportive”: o laboratório da simbiose racismo e esporte moderno (FERREIRA JÚNIOR, 2021). Filiado a uma abordagem fanoniana (FANON, 1968; 1980; 2008), sigo em busca dos determinantes sócio-históricos e ideológicos da relação aparentemente simbiótica entre raça, racismo(s) e esporte moderno. Parto do pressuposto de que essa relação tem sido frequentemente negligenciada em pesquisas e sistematicamente subtraída da grande narrativa histórica justificadora da hegemonia global do modelo esportivo moderno. Essa grande narrativa apoia-se em uma concepção triunfalista de um esporte que se desenvolveu na esteira da revolução industrial burguesa. A posição que se tentará defender aqui é a de que o esporte moderno não poderia ser o que é, não fossem os empreendimentos colonialistas e imperialistas de destruição dos ecossistemas colonizados.