Resumo

Nosso objetivo neste artigo é dar continuidade a um debate iniciado por Antônio Jorge Soares em sua tese de doutorado FlIlebol, raça e Ilaciollalidade 110 Brasil: releitura da história oficial, defendida em 27 de março de 1998 na U niversidade Gama Filho. Trata·se de um texto provocador movido por um enorme interesse científico e que trabalha na contramão do politicamente correto. Seguindo as tendências desconstrucionistas em voga, Soares procura desmontar uma certa versão acadêmica sobre o racismo no futebol que tem no livro O Ilegro 110 futebol brasileiro (NFB) de Mário Filho seu ponto de partida. Segundo Soares, a obra do famoso jornalista deve ser encarada como um romance ou conto que, ao misrurar ficção e realidade, constrói mitos e produz um discurso sobre o nosso futebol que é, de fato, uma "tradição inventada". Para Soares, as histórias (ou, como prefere, os "causas") contadas por Mário Filho se articulam para constituir uma totalidade, um "épico onde os fatos e mudanças ocorridos no futebol são remontados e redescritos como tramas raciais" (Soares, 1998: 9).

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