Resumo
O esporte na maioria das vezes tem sua representatividade fixada na masculinidade como pré-requisito básico para creditar a possibilidade de prática a qualquer indivíduo. A associação a esta representação social, cria uma cultura esportiva onde se define a esteriotipação de quais práticas cabem aos homens e quais delas cabem às mulheres numa condição de personificação do esporte. Todo e qualquer movimento contrário a esta lógica imposta como legitimação social pela classe dominante subverte a ordem e instaura-se o preconceito para além do gênero, obstruindo muitos atletas a progredirem profissionalmente nestes esportes por assumirem uma postura contrária as preconizadas como ideal de virilidade. Diante deste contexto presenciado na realidade brasileira esportiva, o voleibol é um esporte que tem uma representação social como imaginário a sua prática condizente mais para mulheres do que por homens. Devido a isto, pela execução de suas habilidades motoras especializadas e o não contato físico entre os praticantes faz dele preferido pelo público feminino em detrimento ao futebol, por exemplo, onde se exige uma corporeidade voltada ao contato físico constante entre os participantes, por isso cria-se uma corporeidade de gestos mais suaves e delicados. Por esta razão vê-se uma associação de muitos atletas homens que praticam a voleibol, também serem homossexuais e explicitam essa condição nas ações motoras do jogo. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo principal primeiro apontar é analisar como adquiriram a homossexualidade e como isto, perpassa suas vidas na família, escola e equipes. Para alcançar este objetivo a metodologia utilizada foi composta primeira por uma revisão de literatura que nos permitiu entender sobre sexualidade, homossexualidade, gênero e esporte, todos eles deram condições de dialogar com as respostas dos entrevistados que tiveram suas identidades preservadas com nomes fictícios e, para coletar os dados, optamos por entrevistar quatro atletas de voleibol que se declararam homossexuais e que pertencem a equipes esportivas que disputam competições regionais e estaduais. Portanto trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, com a elaboração de um roteiro de questões semi estruturada, onde a entrevista foi o procedimento metodológico adotado, já que ela permitiu ao entrevistado fazer colocações ampliadas a respeito da temática investigada. Após esta etapa, analisamos todas as questões e diante das respostas concluímos que todos os atletas apontaram que a homossexualidade não tem relação com o esporte em si, mas que se torna uma barreira sim para elevar-se na hierarquia esportiva, ficando restrito a equipes que disputam torneios considerados de segundo nível sem projeção nacional ou internacional, pois nesse contexto sua aceitação é maior.