Resumo

Existem inúmeras modalidades esportivas adaptadas oferecidas a pessoas com deficiência, desde as mais tradicionais até as mais diferentes aos olhos dos outros, como no caso do surf adaptado. O surf como todos os outros esportes tem seus métodos de ensino e suas fases de aprendizagem, no entanto são poucos os estudos que enfatizam ou padronizam o processo de ensino aprendizagem do surf adaptado, que desta forma, pode ser direcionado a qualquer perfil da população, desde que sejam os princípios da segurança e da satisfação pela prática estejam alinhados. O presente estudo teve como objetivo identificar de que forma ocorre o processo de ensino aprendizagem do deficiente visual no surf adaptado. Participaram deste estudo, quatro indivíduos com deficiência visual, um cego e três com baixa visão, de ambos os sexos, que já praticam atividade física regularmente em uma instituição de ensino superior na cidade de Caxias do Sul - RS. A metodologia é qualitativa, descritiva, de corte transversal, foram utilizados como instrumentos, a análise documental - dos laudos clínicos dos participantes e do projeto pedagógico do surf adaptado, a observação - das aulas de surf na piscina e no mar e a entrevista - com os participantes e com o professor de surf, sendo aplicados no período de setembro a novembro de 2014. Com as informações coletadas, foram organizadas as categorias de análise: Perfil dos participantes: os surfistas e seu professor; processos metodológicos do ensino do surf adaptado para deficientes visuais; estrutura do programa: piscina e mar; a motivação, a percepção e as perspectivas dos participantes. Ao termino desta pesquisa, foi possível concluir que surfar significa muito mais que ficar de pé numa prancha, para os participantes do estudo, surfar representa uma oportunidade de fazer algo além da deficiência. O processo de ensino aprendizagem utilizado depende do grau da deficiência e de seu vocabulário motor, levando em consideração suas capacidades físicas e as formas de potencializá-las. As aulas iniciam na piscina, com turmas de 5 a 6 alunos, com orientações sobre os fundamentos do surf e noções básicas de segurança. No mar, as atividades são acompanhadas pelo professor e por uma equipe de técnicos para facilitar a prática e primar pela segurança. Por fim, acredita-se que a prática do surf adaptado é positiva a todos os envolvidos e com professores qualificados e material adequado, a aprendizagem se dá de forma satisfatória.

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