Surfe / Esportes Radicais

Por Simone Amorim (Autor), Joana Angélica (Autor), Patrícia Navarro (Autor).

Parte de Atlas do Esporte no Brasil . páginas 411 - 416

Resumo

Os esportes atuais nas suas origens mais remotas surgiram como uma das relações básicas entre os seres humanos e a natureza. Significativamente, no mesmo local onde se criaram os Jogos Olímpicos – Antiga Olímpia, Grécia – no sétimo século a.C., também se venerava a deusa Gaia (mãe da Terra). E já no final do século XIX, os esportes praticados no países nórdicos da Europa – especialmente os de inverno – foram assumidos como parte da convivência com a natureza além dos clubes, escolas, instalações urbanas e outros meios materiais de prática. O Barão de Coubertin, além da educação, ética, cultura e arte, relacionava explicitamente as práticas esportivas ao meio ambiente. Este restaurador dos Jogos Olímpicos, no limiar do século XX, foi também pioneiro em considerar o praticante de esportes como um protetor da natureza, obtendo dela por outro lado o prazer e a experiência estética da prática esportiva (DaCosta, 1997). Esta percepção somente se tornou comum entre líderes e estudiosos do esporte cinco décadas depois, quando os esportes praticados em praias da Califórnia, EUA, passaram a adquirir identidade própria e a se confundir com formas de estilo de vida. Algo semelhante ocorreu nos anos de 1930 e 1940 sem o mesmo impacto de repercussão na Austrália e no Brasil, países de íntimas relações comunitárias com praias e com a cultura típica daí derivada. Focalizando-se em especial o Brasil, cabe mencionar que a convivência com a natureza já era algo cultivado entre montanhistas do Centro Excursionista Brasileiro da década de 1910 como também entre velejadores da Baía de Guanabara – tanto de Rio de Janeiro como de Niterói – desde este período até os anos de 1950. Neste estágio também ganhou visibilidade no Brasil a pesca submarina com seus adeptos sempre relevando a beleza do ambiente de prática. Há menções esparsas, outrossim, sobre trilhas de caminhadas na Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro – RJ), construídas por iniciativa de D. Pedro II,

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