Taxa metabólica basal de atletas de fisiculturismo: uma comparação entre valores da calorimetria indireta, bioimpedância elétrica e equação preditiva
Por Maria Luiza Amaro Camilo (Autor), Ana Flávia Sordi (Autor), Bruno Ferrari Silva (Autor), Endriw Noronha (Autor), Isabela Alves (Autor), samuel Morais (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A taxa metabólica de repouso (TMR), que estima a quantidade mínima de energia necessária para a preservação das funções vitais do organismo, pode ser influenciada pelo aumento da massa muscular, nível de atividade física e outros fatores. A literatura aponta que a TMR é responsável por aproximadamente 60 a 70% do gasto energético total em indivíduos sedentários e 50% em atletas, indicando que atletas tendem a apresentar TMR mais elevada que não-atletas. Diferentes equações preditivas foram desenvolvidas para estimar a TMR, no entanto, podem apresentar um viés clínico ao serem aplicadas em indivíduos com elevada massa muscular esquelética pois não consideram essa variável em suas fórmulas preditivas. Nesse sentido, persistem lacunas a respeito da validade de equações preditivas para estimar a TMR de atletas de fisiculturismo. OBJETIVO: Comparar a TMR mensurada pela calorimetria indireta (CI), bioimpedância elétrica (BIA) e equação preditiva de Harris & Benedict (HB) em fisiculturistas. MÉTODOS: 26 atletas de fisiculturismo do sexo masculino concordaram em participar do estudo. A avaliação da composição corporal foi realizada via InBody 570®, com cálculo da TMR realizada pelo instrumento. A CI Fitmate PRO®, método padrão ouro, foi utilizada para análise da TMR e a fórmula de HB (1918) para o cálculo da TMB. O teste de ANOVA com post hoc de Bonferroni (SPSS) foi utilizado para análise da TMR comparando os diferentes métodos de estimativa e o nível de significância adotado foi de 5% (P<0,05). RESULTADOS: Os principais achados indicaram que a BIA e a equação de HB subestimaram a TMR, sendo as médias de valores de TMR e desvio padrão de CI: 2558,81 ± 671,45; BIA: 2187,58 ± 223,44 e fórmula de Harris & Benedict: 2014,96 ± 182,50. As médias encontradas para CI vs. HB foram diferentes (p<0,001) e assim como, CI vs. BIA (p=0,007). CONCLUSÃO: Recomenda-se cautela na utilização da fórmula de HB e BIA para estimativa da TMR em atletas de fisiculturismo. Novos estudos com a utilização de outras fórmulas preditivas são necessários, a fim de identificar possíveis aproximações dos valores da TMR obtidos via CI e minimizar possíveis impactos relacionados à subestimação ou superestimação dos valores do gasto energético basal. Por fim, a identificação do percentual de diferença entre o padrão ouro e fórmulas preditivas pode auxiliar nutricionistas clínicos e atletas na adequação do planejamento alimentar dos atletas.