Resumo

A taxa metabólica de repouso (TMR), que estima a quantidade mínima de energia necessária para a preservação das funções vitais do organismo, pode ser influenciada pelo aumento da massa muscular, nível de atividade física e outros fatores. A literatura aponta que a TMR é responsável por aproximadamente 60 a 70% do gasto energético total em indivíduos sedentários e 50% em atletas, indicando que atletas tendem a apresentar TMR mais elevada que não-atletas. Diferentes equações preditivas foram desenvolvidas para estimar a TMR, no entanto, podem apresentar um viés clínico ao serem aplicadas em indivíduos com elevada massa muscular esquelética pois não consideram essa variável em suas fórmulas preditivas. Nesse sentido, persistem lacunas a respeito da validade de equações preditivas para estimar a TMR de atletas de fisiculturismo. OBJETIVO: Comparar a TMR mensurada pela calorimetria indireta (CI), bioimpedância elétrica (BIA) e equação preditiva de Harris & Benedict (HB) em fisiculturistas. MÉTODOS: 26 atletas de fisiculturismo do sexo masculino concordaram em participar do estudo. A avaliação da composição corporal foi realizada via InBody 570®, com cálculo da TMR realizada pelo instrumento. A CI Fitmate PRO®, método padrão ouro, foi utilizada para análise da TMR e a fórmula de HB (1918) para o cálculo da TMB. O teste de ANOVA com post hoc de Bonferroni (SPSS) foi utilizado para análise da TMR comparando os diferentes métodos de estimativa e o nível de significância adotado foi de 5% (P<0,05). RESULTADOS: Os principais achados indicaram que a BIA e a equação de HB subestimaram a TMR, sendo as médias de valores de TMR e desvio padrão de CI: 2558,81 ± 671,45; BIA: 2187,58 ± 223,44 e fórmula de Harris & Benedict: 2014,96 ± 182,50. As médias encontradas para CI vs. HB foram diferentes (p<0,001) e assim como, CI vs. BIA (p=0,007). CONCLUSÃO: Recomenda-se cautela na utilização da fórmula de HB e BIA para estimativa da TMR em atletas de fisiculturismo. Novos estudos com a utilização de outras fórmulas preditivas são necessários, a fim de identificar possíveis aproximações dos valores da TMR obtidos via CI e minimizar possíveis impactos relacionados à subestimação ou superestimação dos valores do gasto energético basal. Por fim, a identificação do percentual de diferença entre o padrão ouro e fórmulas preditivas pode auxiliar nutricionistas clínicos e atletas na adequação do planejamento alimentar dos atletas.

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