Teias de Interdependência na Equoterapia Brasileira:
Por Ester Liberato Pereira (Autor), Janice Zarpellon Mazo (Autor).
Resumo
O presente estudo aborda a ação de distintas práticas equestres, bem como de instituições responsáveis pelas mesmas, na consolidação da Equoterapia no Rio Grande do Sul, entre as décadas de 1990 e 2010. A partir do referencial teórico de Norbert Elias, a Equoterapia é enfocada como prática inserida em uma “configuração dinâmica” resultante da interpendência de ações, saberes e atores sociais, procedentes de universidades, regimentos de cavalaria, associações esportivas equestres e centros equoterápicos. Este artigo busca investigar como ocorreu a disposição da prática da Equoterapia no Rio Grande do Sul, desde suas primeiras iniciativas de composição registradas no estado. Para compreender este processo em uma concepção sócio histórica, procedeu-se à análise documental de fontes impressas. A interpretação das fontes evidenciou que, por meio de subsídios técnico-científicos transferidos do Hipismo à Equoterapia, vinculados às áreas da saúde, educação e equitação, foram compostos os alicerces que determinariam os espaços comuns entre as duas práticas equestres. De tal modo, os fios iniciais da emergência desta teia foram traçados por militares e civis na Equoterapia. Tais fios tornaram-se espessos e se fortaleceram a partir do contato da prática da Equoterapia com o meio universitário, cujos primeiros indícios são identificados no ano de 1994, no Rio Grande do Sul. Os fios da teia complexificam o seu emaranhado a partir da relação estabelecida entre a Equoterapia e associações equestres esportivas