Resumo

O Projeto de Extensão Educação Física Escolar na Perspectiva Inclusiva (PEFEPI) é uma ação do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Inclusão e Diferenças na Educação Física Escolar (LEPIDEFE), vinculado à Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD - UFRJ). O projeto é realizado em parceria com docentes de Educação Física (EF) de uma Escola Municipal localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. O objetivo do projeto é proporcionar colaborativamente ações mais inclusivas nas aulas de EF, buscando ampliar a participação de todos/as e minimizar exclusões, sejam elas por gênero, questões étnico-raciais, classe, deficiências e outras. Na busca de romper e desconstruir um histórico na Educação Física Escolar excludente, que privilegia a aptidão física e a performance, sendo majoritariamente esportivizante e biologicista, nos embasamos em um conceito de inclusão amplo, processual, dialético e infindável que visa atingir a todas as pessoas, entendendo as diferenças como vantagem pedagógica e não como sinônimo de desigualdade (SAWAIA, 2017; BOOTH E AINSCOW, 2011; SANTOS, FONSECA E MELO, 2009; CANDAU, 2020). Para isso, utilizamos como estratégias pedagógicas inclusivas a diversificação de conteúdos (FONSECA E RAMOS, 2017) e o ensino colaborativo a fim de ampliar a participação de todos/as e estimular o interesse nas aulas de forma horizontalizada e dialógica com inspirações Freireanas. Este resumo tem por objetivo relatar a experiência de extensionistas do PEFEPI com turmas regulares de 6º, 7º ano e Programa de Educação para Jovens e Adultos (PEJA) - que também contemplam público-alvo da Educação Especial - no segundo bimestre de 2022 no bloco de conteúdos Danças, tematizando o forró. A metodologia utilizada foi a Pesquisa-Ação (THIOLLENT, 2011). O PEJA reúne um grupo muito heterogêneo e é um grande desafio contemplar a todos/as nas aulas. Nesse tema, buscamos alcançar este objetivo em uma aula, através de um jogo que abordou elementos, história e características do Forró de forma lúdica. Nas turmas de 6º e 7º (sendo duas de cada ano), tratando de um grupo muito grande e diverso, buscamos diferentes estratégias para tematizar o forró, com o intuito de despertar o interesse, construindo em conjunto uma contextualização dos elementos históricos-regionais-culturais da modalidade. Em ambos os grupos, experimentamos com eles/as a própria dança gradativamente com passos básicos e músicas que sugeriram, de forma que se sentissem confortáveis para a dança em par, não identificando dificuldades explícitas em dançar com gêneros diferentes. Daí a importância da diversificação de conteúdos, pois os/as estudantes narraram que ainda não tinham vivenciado o forró nas aulas de EF.

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