Tempo e contexto do comportamento sedentário na presença/ausência de sintomas dolorosos na coluna
Por Raquel Ferreira dos Santos (Autor), Liena Kalline Vitor Camboim (Autor), Ericka Luanny Machado Maia (Autor), Raniere Souza de Jesus (Autor), Gracielle de Jesus Santos (Autor), Maria Luiza Caires Comper (Autor), William Rodrigues Tebar (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O tempo excessivo despendido em comportamento sedentário tem sido considerado fator de risco para distintos desfechos em saúde, em diferentes populações. Sintomas dolorosos podem inibir a realização de movimentos e aumentar o tempo em comportamento sedentário. Além disso, estudos sugerem a relação entre a obesidade e dor. OBJETIVO: Comparar o tempo e o contexto do CS segundo a presença ou ausência de sintomas dolorosos. MÉTODOS: Participaram do estudo 83 universitários (71,1% mulheres), de uma instituição pública de ensino superior do Sul da Bahia. A pesquisa foi aprovada pelo CEP local sob o parecer nº 4.832.080. Os participantes utilizaram, durante sete dias consecutivos, um acelerômetro ActiGraph wGT3X-BT(AG) para a mensuração do tempo em CS. O software ActiLife v.6.8.2 foi utilizado para o tratamento dos dados do AG. Adicionalmente, os participantes responderam ao Sedentary Behavior Questionnaire (SBQ), com 9 questões acerca do tempo despendido em CS nos diferentes contextos (lazer, doméstico, transporte passivo e trabalho) em dias de semana e final de semana. Os participantes responderam à Escala Oswestry com 10 questões sobre intensidade e repercussão de dores (coluna/pernas), nas atividades cotidianas. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da expressão [peso(kg)/estatura(m)2 ]. A análise descritiva foi utilizada para as características gerais da amostra e análise de covariância (ANCOVA) para a comparação do CS segundo a classificação de dor, controlada pelo IMC. O nível de significância adotado foi de 5% e utilizou-se o software IBM SPSS versão 25.0. RESULTADOS: A idade média dos participantes foi 26,6±6,5 anos, estatura (1,65±0,08m) e IMC (23,7±4,4 kg/m2 ). Houve efeito da dor [F(1,68)=4,564;p=0,036] e do IMC [F(1,68)=9,734;p=0,03] no comportamento sedentário de tela e, da dor [F(1,68)=4,857;p=0,031] e IMC [F(1,68)=4,358;p=0,041] no CS de semana. Por outro lado, houve efeito do IMC sem efeito da dor no CS total mensurado pelo acelerômetro [F(1,68)=8,361;p=0,005]. Já o tempo despendido em CS de final de semana, observou-se apenas efeito do IMC [F(1,68)=6,316;p=0,014]. No CS total mensurado pelo SBQ observou-se efeito da dor [F(1,68)=4,545; p=0,037] e IMC [F(1,68)=5,999; p=0,017] enquanto o tempo em CS na semana e final de semana mensurado pelo AG não apresentou efeito da dor ou IMC. CONCLUSÃO: Conclui-se que, na presença de dor, o tempo em comportamento sedentário foi maior em alguns contextos, mas não em sua totalidade.