Resumo

Em nado livre, a relação entre consume de oxigênio (VO2) e intensidade de nado (velocidade) apresenta uma exponencial cúbica [F(y)=ax3]. No nado atado, essa relação ainda permanece por ser estabelecida, que iria auxiliar na comparação fisiológica entre as condições de nado. O objetivo deste estudo foi determinar a relação matemática entre VO2 e intensidade da carga no teste incremental atado (ITT) e compará-la ao modelo proposto para o nado livre. Onze homens (18.0±4.0 anos, 180.2±6.8 cm, e 71.8±9.5 kg de peso corporal) e cinco mulheres (16.8±3.6 anos, 166.2±5.5 cm, e 61.1±9.8 kg de peso corporal) realizaram o ITT, atados a uma polia de carga pela cintura, até a exaustão voluntária para analisar o perfil da resposta do VO2 durante o exercício progressivo. O incremento da carga foi de 5% por minuto dentro do intervalo de 30 a 70 % da Fmax. O valor de Fmax foi obtido por célula de carga de 500kgf em um teste máximo com duração de 30s. A permuta gasosa foi coletada, respiração a respiração por um analisador de gases portátil (COSMED K4b2) conectado ao nadador por um snorkel específico (new-AquaTrainer). A frequência de braçadas (FB) foi determinada pela contagem em vídeo do tempo necessário para a realização de três ciclos completos de braçadas. O ajuste entre VO2, FB e tempo foi determinado pelo método dos quadrados mínimos empregando o coeficiente de variância (R2) como critério de seleção. O valor observado de VO2max foi 52,4±4,9 mlO2×kg-1×min-1 e 45,4±6,0 mlO2×kg-1×min-1 para o sexo masculino e feminino, respectivamente. Esses resultados demonstraram que o perfil da resposta do VO2 com o incremento da carga seguiu uma tendência polinomial de segunda ordem [VO2 = -1.5017x2 + 158.18x - 1135.5 (R2=0,997)], que foi idêntica ao ajuste apresentado por FB versus carga [FB = 0.0001x2 + 0.004x + 0.8607 (R2=0,979)]. Provavelmente, isso ocorreu devido a ausência do arrasto ativo durante o nado atado, embora a alteração do perfil (cúbico para polinomial de segunda ordem) possa representar alteração na inclinação do VO2 versus intensidade do exercício. Deste modo, uma menor inclinação da relação VO2 vs FB, ao comparar ambas condições de nado, reflete uma economia na demanda metabólica por estar melhor alinhada ao comportamento mecânico da braçada no nado-atado.

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