Resumo
Estudos de tendência secular (TS) possibilitam observar fenomenos que podem ocorrer em uma população, devido a mudança no ambiente em decorrencia do tempo. A manutenção de uma adequada aptidão física relacionada a saúde (AFRS) está intimamente ligada a prevenção no desenvolvimento de várias doenças, especialmente as cardiovasculares e as doenças cronicas não transmissíveis. Este estudo transversal teve como objetivos, analisar a TS na AFRS de adolescentes de um pequeno município da região sul do Brasil, comparando dados de 2009 com os dados referenciados por Glaner (2002b), e ainda, analisar a TS da proporção de adolescentes que atingem o critério de referência (CR) para uma adequada AFRS. A amostra foi composta por adolescentes de ambos os sexos, como idade entre 11,50 a 17,49 anos. A AFRS foi analisada por meio do índice de massa corporal, somatório das dobras cutâneas tricipital e panturrilha, aptidão cardiorrespiratória, força e resistência da parte inferior do tronco e flexibilidade. Foi utilizada a estatística descritiva para caracterizar as amostras, teste t para uma média (p<0,05) e o delta (Δ%) percentual para comparar os dados de 2009 em relação às médias de Glaner (2002b), teste qui-quadrado (x²) para comparar a proporção de adolescentes que atingiram os critérios (AAHPERD, 1988). Todas as variáveis foram tratadas no Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.0, por idade decimal, entre sexos e no mesmo sexo. Não foi observada diferença na média da gordura corporal das moças de ambos os domicílios, já entre os rapazes, observou-se aumento na média da gordura corporal tanto nos rurais como nos urbanos. A TS dos componentes: aptidão cardiorrespiratória, da força e resistência muscular, foi negativa para os rurais e positiva para os urbanos de ambos os sexos. No componente flexibilidade, os rapazes apresentaram melhores médias, comparados com a amostra de referência, do que as moças na mesma circunstância. Em geral a TS da AFRS, para ambos os sexos, foi negativa entre os adolescentes rurais e positiva entre os urbanos. Em média, a proporção de adolescentes rurais que atingiram os CR foi maior que seus pares urbanos tanto para a amostra de 1999 quanto para a amostra de 2009.