Tendência temporal de Atividade Física no Deslocamento em adultosbrasileiros: dados do Vigitel de 2009-2023
Por Pedro Pagliaro Cooper (Autor), Dário Rosa Mondini (Autor), Gabriel Perri Esteves (Autor), Magno Conceição Garcia (Autor), Igor Longobardi (Autor), Alex Antônio Florindo (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A atividade física (AF) de deslocamento reduziu nos últimos anos, apesar dos potenciaisbenefícios à saúde, sustentabilidade e direito à cidade. Considerando as desigualdadessocioculturais e estruturais entre as macrorregiões brasileiras, torna-se necessáriocompreender como fatores sociodemográficos influenciam essa prática ao longo dotempo. OBJETIVOS: Este trabalho objetivou avaliar a tendência temporal de AF de deslocamento nasmacrorregiões do Brasil e o potencial efeito das variáveis sexo, faixa etária,escolaridade e raça/cor sobre essas tendências. MÉTODOS: Para tal, foram utilizados dados doinquérito telefônico VIGITEL, compreendendo 623.193 adultos (≥18 anos) residentesdas capitais brasileiras e o DF, entre 2009 e 2023 (exceto 2022). Foram classificadoscomo ativos aqueles que atingiram ≥150 minutos/semana de AF de deslocamento. Paraavaliar a tendência temporal nas macrorregiões do Brasil, bem como sua associaçãocom as variáveis sociodemográficas, foram aplicados modelos de regressão logísticacom formas funcionais não-lineares (spliners), com nós posicionados nos anos de 2015,2020 e 2021. RESULTADOS: A proporção de indivíduos ativos no deslocamento diminuiu de 18,8%(IC95%: 18,1; 19,5) em 2009 para 13,3% (IC95%: 11,7; 15,1) em 2023. Todas asmacrorregiões apresentaram tendência de redução, com a menor prevalência no Centro-Oeste e a maior no Sudeste. Ambos os sexos apresentaram tendência de declínio, sendoas mulheres menos ativas desde 2013. Idosos mantiveram menores proporções de AF dedeslocamento, enquanto adultos apresentaram quedas acentuadas. Negros e indivíduoscom maior e menor escolaridade apresentaram menores níveis de AF de deslocamentodurante toda a série. CONCLUSÃO: Diante da tendência de declínio da AF de deslocamento, a qual estádiferentemente relacionada a fatores sociodemográficos, reforça-se a necessidade dedebates e políticas que ampliem o acesso à mobilidade ativa como escolha, e queconsiderem os determinantes das reduções do deslocamento ativo de forma maisabrangente.