Tensões e (dis)tensões no Processo de Recuperação Física de Jogadores de Futebol Profissional no Rio de Janeiro: a Visão do Fisioterapeuta
Por Júlio Guilherme da Silva (Autor), Ilvo Carlos Casagrande (Autor), Carlos Eduardo Rafael de Andrade Ferrari (Autor), Mauricio Murad (Autor), Roberto Ferreira dos Santos (Autor).
Em Fisioterapia e Pesquisa, n 1, 2016. Da página 21 a 29
Resumo
Este estudo analisa o papel dos fisioterapeutas, identificando eventuais problemas éticos ou sociais que ocorram durante o seu trabalho no clube de futebol, tais como pressões sofridas e momentos de tensões vividos por estes profissionais. Esta pesquisa possui um caráter qualitativo, o instrumento utilizado para a coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Foram gravados relatos de oito fisioterapeutas dos clubes de futebol profissional da primeira divisão do Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram analisados qualitativamente por meio da análise de conteúdo e, objetivamente, duas categorias foram identificadas a posteriori, e foram destacadas das falas dos entrevistados: as pressões que partiam dos próprios atletas e as pressões que partiam dos clubes na figura dos dirigentes. Os resultados apontaram que essas pressões existem e vêm de todas as partes, de seus dirigentes nos clubes, de jogadores e até mesmo do próprio departamento de Medicina Esportiva. Este processo, inequivocamente, resulta em períodos de conflito e tensões dentro do ambiente de trabalho, tais como: a aceleração da reabilitação de um atleta sem que ele esteja apto a jogar. Isso é apontado como um dos principais aspectos no comprometimento da saúde dos atletas e o impedimento de realizar um trabalho mais qualificado por parte dos profissionais de fisioterapia.