Integra

Amigos:

          Recebi, já há algum tempo, na troca de e-mails que faço regularmente com Prof. Laércio, amigo de todos do CEV (e “adjacências”…) quase que uma “provocação”, para que eu retomasse o blog, mesmo que sendo breve na escrita, contanto o que eu andava fazendo nessa área da “gestão de experiências de lazer”.

          Hesitei e aí fui ver quando escrevi a última vez e constatei que foi há exatamente cinco meses! Confesso que fiquei até meio envergonhado, pois nem os dois comentários postados nessa última edição haviam sido respondidos! Portanto peço minhas desculpas, “em público” ao Prof. Douglas Andrade e Profa. Célia Carneiro.

           Resolvi então fazer o seguinte, quase como se fosse um “facebook”, chequei minha agenda desde então e pretendo (nunca tenham certezas daquilo que “pretendo”!) voltar com textos mais curtos sobre essas experiências do cotidiano, participando, seja como gestor ou como “vítima” das experiências de lazer.

          Como parei em maio, o destaque de junho vai para minha mudança. Sim, depois de três anos construindo a “casa dos sonhos” e tendo lá morado por 21 anos, fomos para um apartamento. Ali eu senti, “na carne”, o que discursamos sobre a importância da “territorialidade”, lato-sensu, especialmente para quem estuda/intervém no campo da gestão do lazer. A dimensão do espaço (assim como a do tempo) é essencial na formulação de políticas no setor, em especial na definição programática. Nunca menospreze as relações que o ser humano constrói, ao longo do tempo, no ambiente em que vive, pois pode ser determinante nas escolhas/não escolhas nas diversas dimensões da vida humana, inclusive (ou, principalmente) no lazer.

          Buscar alternativas motivadoras nas mudanças dos espaços é outro desafio para quem administra o lazer. Neste caso, agora percebi que estou andando mais a pé, certamente mais de moto, percebendo novas paisagens, sentindo odores diferentes, enfim, me aproximei da cidade, inclusive da rua onde passei toda infância e juventude, podendo caminhar até a ACM (Associação Cristã de Moços), local que moldou minha forma de ser e foi determinante na minha escolha profissional. Depois de 50 anos, sempre como associado, resolvi fazer nova carteirinha e fui experimentar a frequentar a academia de lá. Foram só dois dias: eu mudei, a ACM mudou e as relações humanas dentro desse ambiente não as mesmas, embora continue admirando essa organização, mais que centenária, e que ainda hoje melhor prepara os gestores de clubes social-recreativos no Brasil.

          Julho/Agosto foi “punk”! Dentro daquele projeto junto ao SESI, visitei com Prof. Marcolino 14 Departamentos Regionais (em capitais de estado).

          Volto em breve!

Abraços.

Bramante

P.S. Escrevo este texto na saída do Ministro de Esportes (mais um…). Muitas perguntas cabem aqui, mas uma é essencial: como desejamos melhorar a qualidade de vida da população através de um legado mais amplo do que físico nesses mega-eventos se as relações políticas, na sua origem, são insidiosas?

Por Bramante
em 31-10-2011, às 11:24

2 comentários. Deixe o seu.

Comentários

“(…) as relações políticas, na sua origem, são indidiosas”?

A resposta fica um tanto prejudicada, pois é-me difícil sumariar tanta coisa a dizer. Contudo, li que estará no dia 18 próximo apresentando o tema “gestão de instalações e seus reflexos na qualidade das atividades esportivas” junto com o seu colega Marcolino. Como é também consultor do SESI DN e está próximo do Gerente Nacional, recomendo a leitura dos textos que estão inseridos resumidamente em http://www.procrie.com.br/minivoleibolnobrasil/ sobre a introdução do mini voleibol no Brasil. Deu-se através de um mega programa do SESI-DN (anos 1970). Passados muitos anos, no meu livro História do Voleibol no Brasil (vol.I) descrevo com mais detalhes todo o trabalho do SESI-DN, dando testemunho de ações exitosas que, por políticas internas, não evoluíram. Por que o SESI não deu continuidade àquele projeto? Com tantas áreas de lazer pelo país, quanto de retorno oferece à sua clientela? O SESI de São Paulo patrocina uma equipe de voleibol profissional, um investimento de peso, e a família dos trabalhadores, que incentivos têm? Então, o legado físico do SESI é bem aproveitado? Tenho projeto para tal (ver http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/), inclusive calcado na minha experiência como coordenador do programa de voleibol da entidade em 1974-76. Tentei anos depois mais uma investida, fui à Brasília, mas de nada adiantou. Enfim, “Não basta se ter a ideia, é preciso saber como fazer”!
Caso se interessem em ouvir-me gostaria de lhes apresentar o mais novo projeto – o Procrie – que se encaixa como uma luva para o SESI-DN. com o qual poderia ser feita uma parceria com a Confederação Brasileira de Volley-Ball, emprestando-lhe conhecimento e qualidade de ensino, além de acompanhar e avaliar todo o processo. Visitem o sítio e o blog e vejam se temos condições de servi-los nessa empreitada.

Por Roberto Pimentel
em 1-11-2011, às 6:45.

Caro Prof. Roberto:
Em primeiro lugar, muito obrigado pela sua intervenção, diga-se de passagem, muito adequada. Acompanhei a implantação do Mini-Voleibol, pois, duas semanas após ter me formado em 1971, fui convidado a ser o primeiro professor da disciplina “Voleibol” na Faculdade de Educação Física de Sorocaba. Como no grupo tinha muita gente do SESI, acompanhei de perto esse início. O SESI, como todo organismo vivo, sofre alterações programáticas, de acordo com o posicionamento estratégico da época. Infelizmente, como também ocorre no setor público, nem sempre bom programas sobrevivem às mudanças do corpo gerencial. Você coloca mais questões que o espaço/tempo/argumentação não caberia aqui. Se desejar, podemos continuar através do meu e-mail pessoal: bramante@uol.com.br. Esse projeto que estou como consultor é exatamente para conhecer as razões do crescente esvaziamento dos ambientes específicos de lazer. Veja os clubes, por exemplo, muitos fechando suas portas. Felizmente estamos avançando e revertendo a ociosidade dos espaços com crescente e diversificada programação. Quanto a equipe de voleibol de São Paulo, ainda é o único SESI do país a adotar essa política de ação, com representação no cenário esportivo nacional. Se já não for do seu conhecimento, vale à pena conhecer o Programa SESI Atleta do Futuro (que começou no SESI de São Paulo), desenvolvido nacionalmente e hoje conta, com aproximadamente 200 mil crianças e adolescentes aprendendo mais de 30 modalidades esportivas.
Forte abraço.
Bramante

Por Bramante
em 4-11-2011, às 16:48. 

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