Teste de sentar e levantar da cadeira como discriminador do comprometimento cognitivo em idosos
Por Saulo Vasconcelos Rocha (Autor), Carolina Rego Chaves Dias (Autor), Jefferson Paixão Cardoso (Autor), Clarice Alves dos Santos (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A redução das funções físicas está intimamente relacionada ao envelhecimento e às alterações corporais, de modo a interferir na execução das atividades diárias. Objetivos: determinar o poder preditivo do teste de sentar e levantar da cadeira e estabelecer seu ponto de corte como discriminador do comprometimento cognitivo em idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com amostra constituída por 310 idosos cadastrados na Estratégia de Saúde da Família do município de Ibicuí (Bahia), selecionados aleatoriamente. Foram incluídas as variáveis: sexo, idade, escolaridade, comprometimento cognitivo (avaliado por meio do Mini-Exame do Estado Mental), além do teste de sentar e levantar da cadeira. Na análise dos dados, foram utilizados procedimentos da estatística descritiva e a análise da curva Receiver Operating Characteristic (ROC). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAEE: 22969013.0.0000.0055), com base na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: A média de idade dos entrevistados foi de 71,62 (±8,16) anos, com predominância do sexo feminino (56,45%), indivíduos na faixa etária entre 60-79 anos (83,87%) e alfabetizados (56,13%). A prevalência de comprometimento cognitivo foi de 4,19%. O ponto de corte que melhor discriminou o comprometimento cognitivo foi menor ou igual a 8 repetições, com sensibilidade de 79,6% (IC95%=46,2- 94,7) e especificidade de 61,6% (IC95%=55,8-67,2), com uma área total sob a curva ROC de 0,72. Conclusões: Os resultados do presente estudo mostraram que o teste de sentar e levantar da cadeira apresentou aceitável capacidade discriminatória para a predição do comprometimento cognitivo em idosos. Esses achados confirmam a importância da avaliação do desempenho físico em idosos, por meio de indicadores de aptidão funcional, enquanto testes rápidos e de simples execução, contribuindo para a identificação precoce das limitações funcionais, podendo, inclusive, predizer outras condições de saúde que podem estar relacionadas, como o comprometimento cognitivo.