Teste de Exercício: Terminologia e Algumas Considerações Sobre Passado, Presente e Futuro Baseadas em Evidências
Por Cláudio Gil Soares de Araújo (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 6, n 3, 2000.
Resumo
O teste ergométrico, tal como é mais conhecido em nosso meio, constitui-se em um dos exames complementares mais solicitados em Medicina. Estatísticas americanas mostram que, em 8,2% das consultas cardiológicas e em 0,55% do total de consultas médicas em geral, é solicitado ao paciente que se submeta a esse procedimento1.
Estimativas empíricas de fornecedores de equipamentos e estações destinadas à realização desse exame complementar sugerem que há mais de dois mil locais capazes de realizar teste ergométrico em nosso país. Considerando esses números como válidos e tendo em vista o conjunto dos brasileiros com mais de 35 anos de idade e admitindo uma capacidade operacional média de mil exames/ano por unidade (certamente subestimada para as maiores instituições), temos que algo próximo da metade da população pode ser atendida e submetida a testes ergométricos no período de dez anos. O Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia já conta com bem mais de mil membros, constituindo-se em um departamento com um número de colegas superior ao de algumas especialidades médicas. Sabendo-se que muito poucos atuam em reabilitação cardíaca no Brasil, pode-se seguramente estimar que a quase totalidade desses membros trabalha com ergometria. Adicionando-se a esses cardiologistas aqueles médicos que possuem formações e/ou treinamento em áreas afins, como Medicina do Exercício e do Esporte, Pneumologia, Fisiatria e Clínica Médica, podemos supor que um número ainda maior de médicos trabalha ou pode trabalhar na supervisão de testes ergométricos.