Resumo

Há pouca documentação sobre a influência de um estilo de vida sedentário na habilidade em realizar atividades simples e rotineiras. O objetivo deste trabalho foi investigar as fidedignidades intra e interavaliador e intra e interdias do Teste de Sentar-Levantar (TSL). O TSL avalia a destreza nas ações de sentar e levantar do solo, independentemente, utilizando uma escala ordinal de 0 a 5. Para cada apoio utilizado nas ações, um ponto é perdido e, caso haja desequilíbrio, mais meio ponto é subtraído do escore máximo de 5. O melhor desempenho, em duas tentativas, representa o escore final para cada ação. Primeiramente, a fidedignidade interavaliadores foi abordada através de dois avaliadores, graduando simultaneamente os desempenhos de 29 indivíduos. Depois, três avaliadores assistiram a uma fita de vídeo, contendo 100 execuções para cada uma das ações, com todos os escores simulados seguindo uma ordem randômica estratificada. Após 10 meses, um dos avaliadores assistiu à fita novamente, a fim de estabelecer a fidedignidade intravaliador. Na determinação da fidedignidade interdias, 10 indivíduos, aparentemente saudáveis, foram avaliados em quatro dias distintos e próximos. Em um dia aleatório para cada indivíduo, 10 avaliações consecutivas foram conduzidas. Nenhuma das abordagens revelou diferenças significativas entre avaliadores ou avaliações, para ambas as ações (p > 0,05). Verificou-se, também, ocorrências próximas ao modelo teórico esperado de 80%, 10%, 7% e 3%, respectivamente, para concordância absoluta ou manutenção dos escores, discordância quanto à presença de desequilíbrio, discordância quanto ao uso de apenas um apoio e discordância importante ou demais divergências (p > 0,11). Apenas a ação de levantar, no mesmo dia, apresentou maior homogeneidade na distribuição entre concordância e níveis de discordância (p < 0,01), talvez por razão motivacional. No estudo da fidedignidade intra e interdias, não foram encontradas diferenças entre a freqüência total dos escores e a freqüência dos mesmos, em cada avaliação (p > 0,34). Assim, o melhor escore para cada indivíduo ocorria aleatoriamente, entre dias ou avaliações. Conclui-se que o TSL é fidedigno e, portanto, reprodutível. Parece não ser possível a melhoria na eficiência de execução das ações, em curto intervalo de tempo, o que reforça a confiabilidade e a estabilidade dos resultados. Estudos futuros devem abordar a fidedignidade do teste em grupos populacionais distintos.