Testes de Avaliação Física: Mais do Que Números...
Por Julia Ferrari (Autor), Elaine Prodócimo (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A avaliação física é cada vez mais comum nos ambientes em que se realiza
atividade física, através de testes aplicados tanto em atletas de alto nível, em
equipes profissionais, quanto em indivíduos comuns, nas academias e nos clubes.
Este procedimento permite um conhecimento prévio da condição física do
sujeito, bem como a elaboração de um treinamento com cargas adequadas ao
objetivo do treino, o que proporciona maior segurança na quantificação do
treinamento. Contudo, nem sempre os testes são utilizados da maneira correta,
muitas vezes esse instrumento não é aproveitado para a elaboração do
treinamento e em alguns casos eles não retratam a real condição física da pessoa,
pois são diversos os fatores que interferem nos seus resultados. Com isso, o
objetivo deste trabalho foi de analisar a diferença da visão dos professores, de
diferentes grupos, um grupo de atletas (preparador físico) e um grupo de alunos
de uma academia (instrutor de musculação), a respeito dos testes de avaliação
física. Observando assim, como professores com objetivos diferentes utilizam
os testes de avaliação física, se eles realizam alguma intervenção e com qual
finalidade eles utilizam o teste. Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa,
com utilização de entrevista como técnica para coleta de dados. A partir dos
dados obtidos foram levantadas categorias e analisadas as respostas de cada
grupo, as quais foram posteriormente comparadas entre os grupos. Podemos
verificar, em um estudo piloto, que a aproximação entre o professor e o aluno
pode contribuir para um melhor aproveitamento do teste, e conseqüentemente
uma melhor planificação do treinamento. Os professores utilizam-se muito do
incentivo verbal durante o teste, eles sabem que os alunos se esforçam bastante,
acreditam que os testes são extremamente necessários, mas são escassas as
sugestões para o aprimoramento do teste. Logo, será que os dois grupos
levantaram os mesmos pontos? Será que houve diferenças entre os dois grupos?
A criação de um espaço maior para o diálogo e para a discussão a respeito dos
testes pode levar a uma aproximação entre professores e alunos, além do
desenvolvimento de uma visão mais humana e menos mecânica a respeito dos
testes de avaliação física, colaborando assim para uma real avaliação do
desempenho humano.