Diário de Um Antropólogo Esportista 2. Tom Waddell

Referência: WADDELL, Tom; SCHAAP, Dick. Gay Olympian – the life and death of Dr. Tom Waddell. New York: Alfred A. Knopf, 1996.

Em tempos de pandemia mundial e às vésperas do mês do orgulho LGBTI+, no qual se celebra a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, intersexos e outros, vale lembrar de uma figura humana emblemática: Tom Waddell, médico, homossexual, ex-atleta olímpico e considerado “pai” dos Gay Games.

Tendo vivido no furacão da Revolução Sexual dos anos sessenta, Waddell se engajou na militância homossexual e dos direitos humanos depois de um tardio coming out (saída do armário). Como decatleta nos Jogos Olímpicos de Verão do México, em 1968, também deu suporte à justa causa antirracista de John Carlos e Tommy Smith, defensores do Black Power.

Sua defesa das “minorias sexuais” no esporte conseguiu canalizar as insatisfações coletivas sobre a falta de visibilidade de gays, lésbicas e bissexuais nos circuitos esportivos da época e, a partir daí, pensou que uma competição esportiva baseada na conclamação das identidades sexuais e de gênero seria uma boa ideia. Após anos de planejamento, com a ajuda de amigos/as e a própria comunidade LGBTI+ de São Francisco, Waddell consegue realizar a primeira edição dos Gay Games ou “Olimpíadas Gays”, em 1982.

Essa fascinante história, bem como os bastidores de uma vida intensa, fazem parte do livro meio jornalístico/meio autobiográfico Gay Olympian, escrito em parceria com Dick Schaap, que, inclusive, traz pormenores emocionantes de seus últimos dias frente à inevitável morte por agravamento da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Para os tempos em que vivemos, leitura mais do que necessária!