Resumo

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) estão rapidamente se tornando prioridade em saúde pública no Brasil e politicas para sua prevenção e controle tem sido implementadas. Este projeto envolve uma série de estudos tendo a prática de saúde pública baseada em evidências como fundamento para a prevenção e controle das DCNT por meio da atenção primária de saúde. Desse modo, este estudo tem como objetivo analisar o uso de TDBE por Secretários Municipais de Saúde do Estado do Paraná para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e promoção da atividade física. O estudo caracteriza-se como transversal, com uma metodologia quanti-qualitativa, realizado em três etapas. A primeira consistiu em realizar adaptação transcultural do instrumento em gestores de saúde dos municípios presentes nas regionais de saúde do Estado Paraná e caracterizar o perfil, barreiras e facilitadores para o uso de tomada de decisão baseada em evidências. Na segunda etapa, realizou-se uma entrevista semi-estruturada (qualitativa) a partir da revisão da literatura por meio de uma chamada telefônica com 20 presidentes das regionais de saúde, com objetivo de esclarecer as informações obtidas na primeira etapa. A terceira e última etapa foi uma entrevista telefônica (qualitativa), com 27 municípios, indicados pelos presidentes das regionais de saúde que possuíam experiências positivas e negativas para prevenção de DCNTs. Para análise dos dados da etapa 1 foi testada a distribuição de frequência absoluta e relativa das informações sociodemográficas, teste qui-quadrado para heterogeneidade e regressão Logística. Nas etapas 2 e 3 foi realizada análise de conteúdo referente as barreiras, facilitadores e processo de planejamento de programas para prevenção de DCNTs e promoção da atividade física. Os relatos foram inseridos nas categorias de análise e posteriormente quantificados. Dentre os principais achados, foi observado que o uso de TDBE está associado ao acesso de fontes de informação. Os gestores reportaram como as principais barreiras para o uso de TDBE, a falta de qualificação profissional, falta de tempo, financiamento e infraestrutura. Em relação aos facilitadores para TDBE, observou-se que o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde são importantes para implementação do uso de evidências científicas. Na terceira etapa foi observado, que os gestores possuem dificuldades no processo de planejamento e desenvolvimento de programas para prevenção de DCNTs e AF. Principalmente nas fases de quantificar o problema, uso de evidências científicas e desenvolvimento de plano de ação. foi verificado o baixo uso de evidências científicas. Conclui-se que é baixo o uso de evidências cientificas na tomada de decisão para elaboração de programas de prevenção de DCNTs e promoção da atividade física. Sugere-se que os gestores ofereçam capacitação para os profissionais de saúde voltados para o uso e disseminação de evidências cientificas.

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