Tomada de Decisão e Conhecimento Tático Declarativo em Situações de Ataque de Extremidade no Voleibol: Comparação Entre Treinadores e Atletas Jovens
Por Kevin Alves Barreto (Autor), Hugo Rafael Gomes Enéas (Autor), Rivanildo Constantino dos Santos (Autor), Richard Xavier da Fonseca (Autor), Henrique de Oliveira Castro (Autor), Gustavo de Conti Teixeira Costa (Autor).
Em XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII CONICE - CONBRACE
Resumo
INTRODUÇÃO
A metodologia utilizada no processo de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T) deve apresentar uma aproximação com a ideia e sentido/significado do jogo como um todo, o que promoverá a melhoria das capacidades cognitivas subjacentes à TD, particularmente do conhecimento tático declarativo (CTD) e processual (CTP) (GRECO, 2006).
O CTD é uma vivência que fica armazenada na memória de forma a ser relembrado posteriormente de forma verbal, é o saber “o que fazer”. Já o CTP refere-se à capacidade de executar tarefas complexas de forma automatizada, aparentemente sem o recurso da memória, consiste no conhecimento do “como fazer” (GIACOMINI et al., 2011; GRECO, 2006).
Neste contexto, o objetivo do presente estudo é comparar a tomada de decisão e o conhecimento tático declarativo de treinadores e jovens atletas de voleibol em situações de ataque de extremidade.
METODOLOGIA
Participaram do estudo 59 indivíduos, sendo 34 treinadores de voleibol (idade média de 32,5 ± 9,4 anos e experiência com voleibol de 16.78±11.09 anos) e 25 atletas de voleibol (idade média de 16,9±1 anos e experiência com voleibol de 3,72±1,17 anos).
Para avaliar a qualidade da TD e o CTD foram utilizadas as cenas de ataque de centro (AC) do Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol - TCTD:Vb (COSTA et al., 2016). O teste consistiu de 6 cenas reais de jogos de voleibol de situações de AC que iniciam a partir do saque adversário, perpassam a recepção e levantamento da outra equipe e interrompe-se a imagem no momento do ataque. Neste momento a tela se apaga e o voluntário tem até três segundos para responder de forma verbal “o que fazer?” de acordo a resposta que julgar mais adequada – TD. Em seguida o voluntário verbaliza outras opções que poderiam culminar em ponto para a sua equipe - CTD.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com análise dos dados, verificou-se que na situação de AE não foram encontradas diferenças significativas quando comparadas a TD e o CTD entre treinadores e jovens atletas de voleibol.
Estes resultados não corroboram com os estudos de Costa et al. (2002) e Gil et al. (2012) que compararam atletas de diferentes categorias e foi possível perceber que atletas de categorias mais velhas possuem um CTD superior aos atletas de categorias mais novas.
Nos estudos de Lima, Matias e Greco (2012) e Lima, Martins-Costa e Greco (2011) com o intuito de verificar as diferenças entre os métodos de ensino no desenvolvimento do CTD de atletas de voleibol não obteve-se diferenças, demonstrando-se que o método de treinamento utilizado não influenciou nos resultados encontrados. Resultados estes que corroboram com os do presente estudo.
Salienta-se aqui que nenhum estudo comparou o CTD e TD entre treinadores e atletas jovens na modalidade voleibol. No presente trabalho os atletas possuem bastante experiência de níveis nacionais e internacionais, assim como os treinadores, que também foram ex-atletas. Além disso, as cenas do teste podem não possuir um grau de dificuldade tal para que houvesse diferenças nos itens avaliados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se a investigação de diferentes modelos de treinamento técnico-táticos para melhora do CTD e TD de atletas de voleibol de diferentes escalões, fazer com que o atleta pense no jogo e verbalize suas ações e, com isso, solucionar as ações de forma mais eficaz, além de oportunizar a avaliação e correção por parte do treinador.