Resumo

As torcedoras se fizeram presente em boa parte da trajetória do futebol no Brasil. Nesse ambiente, a figura das mulheres nas arquibancadas tomou grande influência através das torcedoras símbolos, denominação dada a torcedoras conhecidas e respeitadas por suas torcidas. Sempre presente nos jogos, seus nomes passaram a extrapolar as arquibancadas. Todas essas importantes figuras femininas compartilhavam algo em comum além do amor a seus times: as suas faixas etárias. Surge-se assim, os apelidos de “tias”, “donas” e "avós" de uma massa de torcedores. Sendo as arquibancadas e torcidas organizadas compreendidas como um ambiente masculino e demarcado pela violência, é necessário compreender as razões que fizeram com que essas torcedoras rompessem barreiras de gênero. Atrelado a isso, entender como essas mulheres e suas formas de torcer eram retratadas pelos meios jornalísticos. Compreendendo, a partir disso, o que é ser uma torcedora símbolo e sua influência para o torcer feminino. Dessa forma, tem-se como objetivo principal compreender a participação e influência das torcedoras símbolos na construção do torcer ao longo da década de setenta. Logo, almeja-se construir perfis das torcedoras símbolos, visando identificar como romperam barreiras para adentrar nesse ambiente. Através de uma análise documental, buscou-se identificar as abordagens dos meios esportivos quando se referiam às mulheres torcedoras. Para isto, foi utilizado como material de pesquisa dados encontrados em periódicos disponíveis no Portal Hemeroteca Digital e no acervo digital da Revista Placar. Através dos resultados preliminares foi possível realizar o mapeamento de torcedoras símbolos de diversos times nacionais, além de um maior destaque à duas torcedoras: Dona Elisa (Corinthians) e Dona Conceição (Ponte Preta). Dessa maneira, essa pesquisa surge como uma tentativa de dar voz a trajetória das torcedoras símbolos e evidenciar a sua importância para o torcer feminino.

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