Resumo

Dado o rápido crescimento número de idosos em todo o mundo, tem-se questionado como a saúde e o bem-estar na terceira idade pode ser melhorado, especialmente para mulheres em contextos de vulnerabilidade social. Pesquisas têm mostrado que os aspectos sociais são determinantes para engajamento de idosos em uma vida ativa. É crucial entender as experiências com atividade física das pessoas idosas para o desenvolvimento de intervenções que contribuam para a promoção da saúde para além da prevenção de doenças. O objetivo do estudo foi explorar as experiências de mulheres idosas e de meia-idade com atividade física em um polo do programa Academia da Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo envolveu uma profissional de Educação Física e 16 mulheres (43-66 anos) que frequentavam regularmente o programa. Os dados foram gerados por meio de trabalho de campo condensado, utilizando entrevistas semiestruturadas e observação não participante das atividades. Baseando-se na teoria da salutogênese e em uma perspectiva crítica de gênero, uma análise qualitativa foi realizada usando o método de comparações constantes. A partir das experiências das mulheres, um importante resultado encontrado foi a construção de uma comunidade de mulheres ativas, que serviu como um recurso coletivo para apoiá-las no processo de desenvolvimento de saúde. Em relação à comunidade emergente, outros três temas foram desenvolvidos. O primeiro foi ‘dançando e desafiando a ordem de gênero’, referindo-se às experiências das mulheres na negociação de uma identidade coletiva e rompendo com a invisibilidade de seus corpos. O segundo foi ‘a pedagogia dialógica da profissional de Educação Física como emancipatória’, revelando os caminhos em que a comunidade foi apoiada. O terceiro tema aborda ‘as relações entre as mulheres como forma de enfrentamento’, representando as experiências positivas das mulheres de apoio social, vínculo e resiliência. Os resultados levam a conclusão de que existem possibilidades promissoras de pesquisa e prática em contextos de vulnerabilidade social para ampliar as contribuições para a promoção da saúde que não se limitam a prescrição de exercícios.

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