Resumo

O presente estudo está inserido na temática Educação Física e formação do trabalhador, diante de uma formação humana fundamentada num currículo organizado por competências. O objetivo desta pesquisa é analisar o Currículo Mínimo do Ensino Médio de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, assim como, suas competências e habilidades exigidas na flexibilização do trabalho, tomando por base e servindo de contraponto o trabalho como princípio educativo. Para isso abordamos as últimas mudanças no mundo do trabalho, demarcada pela reestruturação produtiva e suas implicações na educação, definida a partir da última reforma educacional brasileira, que tem como resultado a LDB de 1996, as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais, bem como a adoção do conceito de competências na estruturação dos currículos. Visitamos as diferentes concepções curriculares, suas abordagens teóricas, definições, conceitos e correntes, partindo de uma concepção hegemônica e ressaltando uma perspectiva crítica, materialista e histórica. No que se refere às especificidades da Educação Física, apontamos a inserção desta disciplina escolar no currículo, sua trajetória para se tornar componente curricular obrigatório da educação básica, diante de sua perspectiva histórica, e o modo como serviu de instrumento para consolidação de uma hegemonia brasileira. E por fim, abordamos os conceitos de habilidades e competências que estruturam o currículo mínimo estadual do Rio de Janeiro, além de explorarmos as questões particulares referentes à sua organização e a sua inserção na rede de ensino, reunindo subsídios para compreender o Currículo Mínimo da Educação Física. Adotamos como base teórica o materialismo-histórico, a partir da relação entre trabalho e educação, admitindo o trabalho como princípio educativo e a sua centralidade como formador da condição humana. Por fim, evidenciamos a estreita relação entre o mundo do trabalho e a educação, entendendo que a organização de tal currículo é resultado da crise do capital, que corrobora com as demandas da sociedade capitalista e contribui para reprodução de suas desigualdad

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