Trajetórias olímpicas de atletas brasileiras. Em busca do rendimento esportivo e de reconhecimento nacional (1928-1976)
Por Cássia Danielle Monteiro Dias Lima (Autor), Letícia Samara Lima Silva (Autor), Luíza Lima de Paula (Autor).
Resumo
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que investigou as representações forjadas por alguns periódicos brasileiros sobre a relação entre prática esportiva e gênero feminino, no período de 1928 a 1976, mais detidamente sobre a participação de brasileiras nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. O corpus documental é composto por publicações de jornais e revistas, entrevistas e fotografias, documentos localizados por meio da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e outros sítios virtuais. Paralelamente, selecionamos produções acadêmicas que tomaram as modalidades esportivas e/ou os percursos das atletas como objeto de análise. O objetivo foi analisar como as estruturas sexistas moldaram o ambiente esportivo no período estudado, influenciaram a percepção pública das atletas femininas e afetaram seus percursos. Nesse exercício, deparamo-nos com trajetórias singulares e itinerários semelhantes. Na contramão de apagamentos, evidenciamos os caminhos percorridos por esportistas que ousaram se destacar e romper com estruturas sexistas que lhes imputavam lugar de submissão e tutela. Com diferentes histórias de vida, as atletas brasileiras enfrentaram muitas hostilidades. Por vezes, suas habilidades esportivas eram menosprezadas. Muitos incidentes e conflitos permearam seus caminhos, evidenciando a interseccionalidade entre gênero, raça e classe social.