Resumo
Pesquisas recentes têm buscado identificar o processo de transição pós-carreira atlética no sentido de diminuir os efeitos negativos desta fase da carreira por meio da elaboração, implementação e desenvolvimento de programas que possam oferecer serviços de apoio aos atletas. Diante da escassez de programas para esta finalidade no Brasil, a presente pesquisa teve por objetivo levantar elementos norteadores para a elaboração de programas de suporte à transição pós-carreira atlética. Para isso, foram realizadas três etapas: Etapa 1 – levantamento e análise dos modelos teóricos, programas desenvolvidos pelos diferentes países, entidades e programas relatados na literatura em diferentes bases de dados e sites de entidades de administração do esporte; na análise dos resultados foram identificados os elementos convergentes dos modelos e programas; Etapa 2 – pesquisa de campo com ex-atletas de alto rendimento de maratona aquática, por meio de entrevista semiestruturada; e Etapa 3 – síntese dos elementos norteadores para a elaboração de um programa de transição pós-carreira atlética. De acordo com os resultados da Etapa 1, foi possível observar que determinados fatores críticos de sucesso do modelo SPLISS apresentam elementos convergentes entre os modelos teóricos, programas e pesquisas analisados. Dessa forma, as categorias para a análise de conteúdo das entrevistas da Etapa 2 foram definidas a priori e, a partir dessas categorias, foram definidas subcategorias. A síntese desenvolvida na Etapa 3 aponta como elementos norteadores para programas serviços de suporte durante a carreira atlética, na transição para o profissional e na transição para o pós-carreira atlética. Foi possível concluir que não há programa de suporte para a transição pós-carreira atlética, que a iniciativa para parcerias, estágios e empregos é do próprio atleta, que o suporte social é oferecido pela família e amigos, além do acompanhamento profissional de psicólogo para os ajustes neste processo. Como sugestões para estudos futuros, considera-se a aplicação em outras modalidades esportivas, bem como verificar o entendimento das entidades de prática (clubes e entidades) e de administração, procurando ainda verificar o entendimento sobre o papel de cada uma delas no processo vivido pelo atleta.